Forças Armadas: Mourão defende critério da antiguidade em escolha de comandantes
Vice-presidente espera que Bolsonaro siga medida na definição dos novos nomes; mudança na cúpula do Ministério da Defesa ocorre após insatisfação do presidente com a falta de alinhamento das Forças
Por Agência O Globo |
O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu que os novos comandantes das Forças Armadas sejam escolhidos respeitando o critério de antiguidade entre os oficiais mais graduados do Exército , Marinha e Aeronáutica. Ele também minimizou a troca nos postos, dizendo que os comandantes não têm mandato e sua nomeação é prerrogativa do presidente Jair Bolsonaro.
Na segunda-feira, insatisfeito com a postura de não alinhamento das Forças Armadas , Bolsonaro demitiu o então ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, e nomeou no lugar o também general Braga Netto. Na terça, o Ministério da Defesa anunciou a saída dos comandantes do Exército, general Edson Pujol, da Marinha, o almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior, e da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti Bermudez.
"Julgo que a escolha tem que ser feita dentro do princípio da antiguidade. Até porque foi uma substituição que não era prevista. Quando é uma substituição prevista, é distinto. Então se escolhe dentro da antiguidade e segue o baile", disse Mourão ao chegar ao Palácio do Planalto nesta quarta.
Você viu?
Mourão elogiou tanto o ex-ministro Fernando Azevedo e Silva como Braga Netto, dizendo que o novo ministro tem pleno conhecimento e capacidade para o cargo. Ele não quis comentar se a forma como se deu a saída dos comandantes foi a melhor ou não, e negou ter conversado com os comandantes sobre isso. Disse ainda que não se recorda de uma mudança como essa no passado, mas que, de qualquer forma, ela está dentro do previsto.
"Não [me recordo], porque essa aí foi um mudança mais abrupta, mas está dentro do previsto. Comandantes não têm mandato. Por exemplo, quando eu era coronel, fui nomeado comandante de uma unidade, meu mandato era de dois anos. Se fosse interrompido antes é porque tinha havido um problema comigo. Comandantes não têm mandato, podem ser substituídos a qualquer momento", afirmou.
Mourão também avaliou que, qualquer um que venha a assumir o comando de Exército, Marinha e Aeronáutica, as Forças Armadas continuarão atuando dentro do tripé legalidade-legitimidade-estabilidade: "o presidente tem a prerrogativa de mudar ministro, comandante de força também. Não é problema isso aí. Qualquer um que for assumir o comando das forças vai manter a mesma forma de atuar. As Forças Armadas atuam dentro de um tripé, que é a legalidade, ou seja, atento à missão constitucional e aquelas que são dadas pelas leis complementares; dentro da legitimidade que as Forças Armadas têm, porque a nação há muito tempo decidiu que tinha que ter Forças Armadas ; e sempre dentro da estabilidade, ou seja, dentro dos seus princípios e valores. Não muda nada".