RJ: Vereador presta depoimento sobre morte do enteado; peritos apontam violência

De acordo com o laudo, a causa do óbito foi hemorragia interna e laceração hepática, provocadas por uma ação contundente

Foto: Reprodução/CMRJ
Dr Jairinho Vereador no Rio

O médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), e a namorada, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, prestaram depoimentos ontem na 16ª DP (Barra da Tijuca)  sobre a morte do filho dela, Henry Borel Medeiros, de 4 anos. O casal levou o menino na madrugada do último dia 8 a um hospital particular, onde relataram a médicos que ele apresentava dificuldade para respirar. De acordo com o laudo de exame de necrópsia, a causa do óbito foi hemorragia interna e laceração hepática, provocadas por uma ação contundente.

Peritos ouvidos pelo EXTRA e pelo “RJ TV 2”, da Rede Globo, afirmaram que os edemas, equimoses, contusões e hematomas listados no documento não são compatíveis com um acidente doméstico. O psiquiatra forense e médico legista aposentado Talvane de Moraes destacou que foram identificadas lesões no crânio, no fígado, nos pulmões e nos rins, além de uma série de ferimentos externos.

O perito Carlos Durão, da Sociedade Brasileira de Medicina Legal, concordou: "É evidente, com as informações que temos, que se trata de uma morte violenta. Uma queda de uma altura relativamente baixa é pouco provável que esteja na origem dessas lesões traumáticas que observamos".

Nelson Massini, professor titular de Medicina Legal da Uerj, tem a mesma opinião: "As lesões são em várias regiões do corpo e com acentuado grau de força provocada por instrumento contundente. Com o laudo, podemos afirmar que a criança foi agredida fortemente, tendo provocado a hemorragia interna e as lesões na cabeça".

Em depoimento prestado na 16ª DP, o pai de Henry, Leniel Borel de Almeida, disse que recebeu uma ligação de sua ex-mulher por volta das 4h30 do último dia 8. Monique teria lhe dito que o menino estava “sem respirar” e precisava ser levado ao hospital. Ele foi até o local e, ao encontrá-la, na companhia de Dr. Jairinho, ouviu que o filho havia feito um “barulho estranho” enquanto dormia.

Em entrevista ao “RJ TV 2”, Leniel se mostrou desconfiado em relação ao relato de Dr. Jairinho e Monique: "O que poderia acontecer com uma criança dormindo para ter sido um acidente doméstico? Só queria entender. Ele era tudo para mim. Daria tudo que tenho hoje só para ter mais um dia com meu filho".

Dr. Jairinho e Monique não deram entrevistas ontem, ao saírem da delegacia. Em nota enviada ao EXTRA no dia anterior, o vereador disse estar “triste” e “sem chão”, “suportando a dor graças ao apoio da família dos amigos”. “As autoridades estão apurando os fatos e vamos ajudar a entender o que aconteceu. Toda informação será relevante”, completou.