Jair Bolsonaro e Carlos participaram de esquema de 'rachadinha', revela site

Uma reportagem do portal Uol revelou que o mesmo esquema de corrupção montado no gabinete de Flávio Bolsonaro era feito pelo pai, Jair Bolsonaro, no Congresso, e o irmão, Carlos Bolsonaro, na Câmara do Rio

Foto: Reprodução
Jair Bolsonaro e Carlos participaram de esquema de 'rachadinha', revela site

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu filho Carlos Bolsonaro são acusados de praticar a 'rachadinha', esquema que ficou conhecido por ter sido feito por outro filho do presidente, o atual senador Flávio Bolsonaro, enquanto ele ainda era deputado estadual pelo  Rio de Janeiro. As denúncias foram feitas em reportagens do portal Uol. 

Segundo a publicação, a ex-cunhada de Jair Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, irmã da segunda esposa do presidente, trabalhou por oito anos, entre 1998 e 2006, no gabinete do então deputado federal em Brasília.

Morando em Resende, no interior do Rio, Andrea teve todo o dinheiro da conta, um total de R$ 54 mil, zerado em saque feita pela irmã, Ana Cristina (esposa de Bolsonaro), um ano e dois meses depois de ser exonerada do cargo.

O outro caso revelado mostra que quatro funcionários nomeados no gabinete de Jair Bolsonaro retiraram 72% de seus salários em dinheiro vivo, um total de R$ 551 mil, que era entregue a operadores da rachadinha, sendo Fabrício Queiroz o principal deles.

'Funcionários' do suposto esquema

Segundo a reportagem do Uol, um dos assessores de Bolsonaro na época era Fernando Nascimento, que trabalhou no gabinete do atual presidente entre 2009 e 2014. Nesse período, ele recebeu R$ 164 mil da Câmara dos Deputados e sacou pelo menos R$ 126 mil. Isso dá 77% do salário. Em alguns meses, Nascimento sacou 100% do que recebeu. Atualmente, ele e a mulher estão trabalhando no gabinete do agora senador Flávio Bolsonaro. Ele segue cuidando das redes de Flávio.

Outro envolvido é o militar reformado Nelson Rabello, que passou também pelos gabinetes de Flávio e Carlos. O militar teria sacado 70% de seus rendimentos – R$ 134 mil – dos R$ 192 mil recebidos. Em 2018, quando Bolsonaro fez campanha, o volume de saques atingiu 88%.

Já o secretário parlamentar  Daniel Medeiros, entre 2014 e 2017, sacou 72% do salário que recebia em Brasília, enquanto fazia bicos como segurança. A companheira, Graziella Jorge Robles de Faria, teve cargo no gabinete de Flávio na Alerj entre 2013 e 2019.

O quarto funcionário é também militar: o sargento reformado do Exército Jaci dos Santos. Ele sacou 45% dos salários recebidos na Câmara por oitos meses – entre dezembro de 2011 e julho de 2012.

Suposto esquema de Carlos Bolsonaro 

O suposto esquema de 'rachadinha' se repetiu com ao menos quatro funcionários no gabinete de Carlos Bolsonaro  na Câmara do Rio. Juntos, eles sacaram 87% dos salários, em um total de R$ 570 mil.

Entre os funcionários está o ex-marido de Márcia Aguiar, Márcio Gerbatim, que ficou no cargo por dois anos e devolveu R$ 86 mil dos R$ 89 mil recebidos.

Sobrinho de Márcio, Claudionor Gerbatim, trabalhou primeiro com Flávio e depois migrou para o gabinete de Carlos. Ele sacou R$ 54,8 mil dos R$ 58 mil recebidos em salário.

Nelson Rabello, militar que trabalhou com Jair, também foi funcionário no gabinete de Carlos, onde sacou 80% do salário. Ele serviu com Bolsonaro no Exército.

Andrea Siqueira Valle, irmão de Ana Cristina, que também atuou com o pai, foi funcionária de Carlos na Câmara do Rio entre os anos de 2006 e 2008 – após ser exonerada do Congresso. Dos R$ 76 mil recebidos, ela sacou R$ 79 mil – mais do que ganhou.