MP vê ligação de 'rachadinha' com imóvel de Flávio Bolsonaro no Rio
Salários desviados de servidores teriam ajudado a financiar apartamento que senador diz ter vendido para comprar casa em Brasília
O Ministério Público (MP) apontou que salários de ex-funcionários do antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) podem ter sido utilizados, por meio do esquema de 'rachadinha', para que ele comprasse um apartamento no Rio de Janeiro, que Flávio diz ter vendido para dar entrada na compra de sua nova casa, uma mansão de R$ 6 milhões, em Brasília. As informações foram publicadas pelo jornal O Globo.
A denúncia do MP foi feita ainda em outubro do ano passado envolve Flávio e outras 15 pessoas. Foram dois anos de investigação sobre supostos desvios da remuneração da equipe de Flávio em prol dele e da mulher, a dentista Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, e outros envolvidos. O esquema ficou conhecido como 'rachadinha'.
Para o MP, Flávio pode ter utilizado os recursos ilícitos desviados da Alerj para pagar R$ 50 mil de entrada do apartamento, localizado em um condomínio de alto padrão na cidade. Além disso, o dinheiro proveniente da 'rachadinha' também seria utilizado para pagar outras contas referente ao imóvel, como o IPTU.
Ainda segundo a denúncia, cerca de duas semanas antes do pagamento de entrada, em maio de 2014, Fernanda, esposa de Flávio, não tinha saldo para arcar com o cheque de R$ 50 mil. A situação mudou em um único dia, quando a conta dela recebeu depósitos fracionados de R$ 20 mil, em dinheiro vivo.
Além disso, o MP mostrou que Flávio passou a receber também depósitos fracionados em sua conta, a partir de junho de 2014, em datas próximas aos pagamentos das parcelas do financiamento feito para pagar o imóvel. No caso do IPTU, os pagamentos feitos pelo casal em 2016 e 2017 totalizou cerca de R$ 17,4 mil, mas apenas uma parcela, de R$ 924,30, foi debitada da conta do parlamentar. O restante foi pago com dinheiro em espécie para não deixar "rastros no sistema financeiro nacional sobre a origem dos recursos utilizados para quitar os tributos".