Amazonas amplia toque de recolher para 24 horas; entenda o que muda
Restrição de circulação vale a partir de segunda-feira, quando deslocamentos passam a ser permitidos apenas para uma pessoa de cada casa
O governador do Amazonas
, Wilson Lima
, anunciou que as restrições impostas a deslocamentos nas cidades do estado serão ampliadas para 24 horas por dia a partir de segunda-feira (25). Em decreto a ser publicado ainda neste final de semana, o governo estipula que apenas uma pessoa de cada casa poderá sair às ruas, determinando poucas situações onde isso será liberado, como para a compra de alimentos ou por motivos médicos.
No caso dos estabelecimentos considerados essenciais , haverá mudanças no funcionamento: supermercados poderão funcionar das 6 às 19 horas, enquanto farmácias poderão ficar abertas 24 horas. Restaurantes, padarias e lanchonetes seguem apenas em esquema de entregas, das 6 da manhã às 22 horas. Feiras públicas podem operar das 4 às 8 horas.
Serão ainda adotadas mudanças no esquema de funcionamento das indústrias
, agora com turnos de 12 horas — empresas responsáveis pela produção de insumos e itens essenciais estão liberadas dessa regra. No caso de aplicativos de transportes
, eles só poderão levar passageiros que pertençam a algum dos grupos considerados essenciais.
Ao anunciar as medidas, o governador Wilson Lima disse que não se trata de um lockdown , e que não há motivo para uma corrida aos mercados neste final de semana.
"É preciso ter prudência, é preciso que as pessoas entendam a necessidade que temos de tomar essas medidas, que são medidas duras, mas necessárias para salvar a maior quantidade de vidas", declarou na entrevista neste sábado.
UTIs lotadas
De acordo com os números do consórcio de veículos de imprensa formado por O GLOBO, Extra, G1, UOL, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, o estado do Amazonas apresenta alta de 156% na média móvel de óbitos, em relação à semana anterior. Na sexta-feira, foram confirmados 3.975 casos e 132 mortes relacionadas à doença em um período de 24 horas.
Durante a entrevista coletiva, o secretário de Saúde, Marcellus Campelo, declarou que hospitais públicos
e prontos socorros já operam acima da capacidade, e que a rede privada também está quase sem leitos disponíveis. Ao todo, 584 pessoas aguardam na fila para serem internadas, com diferentes níveis de gravidade.
Lima também reconheceu que o volume de oxigênio disponível ainda não é o ideal, e que a situação pode melhorar com as medidas de restrição e a eventual queda no número de infectados.
"A gente só vai conseguir essa disponibilidade (de oxigênio) se a gente diminuir a pressão sobre a rede, diminuir a quantidade de pessoas infectadas, procurando um hospital. Daí a necessidade de que cada um assuma seu papel", declarou o governador.