RJ: Polícia Civil gasta cerca de R$19,6 milhões em coletes à prova de balas

Montante adquirido será designado para 25% dos policiais, aproximadamente 9 mil homens

Foto: POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO/DIVULGAÇÃO
Coletes da polícia civil do RJ custaram e=cerca de 9,1 mil e 9,6 mil

A Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro , no mês de novembro de 2020, renovou seu estoque de materiais de segurança. Efetuou uma compra de R$19,6 milhões por cerca de dois mil coletes a prova de balas, que aguentam disparos de armas como fuzil. As informações foram apuradas pelo Extra. 

O estoque adquirido será destinado apenas para 25% dos agentes, aproximadamente 9 mil policiais e o material, encaminhado para delegacias especializadas, grupos operacionais de delegacias distritais e também para a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). 

O Sindicado dos Policiais Civis do Rio ( SindPol ) e policiais civis, há cerca de cinco anos atrás, já haviam reclamado sobre estarem trabalhando com material vencido. Uma ação judicial contra a Secretaria Estadual de Polícia Civil, para que todo o equipamento fosse atualizado está em andamento na Justiça do Rio. 

Segundo a subsecretária de Gestão Administrativa da Polícia Civil, a delegada Valéria de Aragão Sádio, desde de 2019, estratégias estariam sendo pensadas para adquirirem uma nova remeça de coletes . Ela disse que a demora ocorreu pois devia ser pensado um material adequado para a realidade da cidade, justificando que no Rio “a criminalidade usa diversos tipos de munições”. 

“São os primeiros dois mil (coletes). Logicamente, estamos pensando na compra de mais”, afirmou Sádio sobre os equipamentos. Cada colete custou ao estado cerca de R$ 9,1 mil a R$ 9,6 mil. Duas empresas foram escolhidas para a fabricação, a Inbraterrestre Indústria e Comércio de Materiais de Segurança LTDA, será responsável pelo desenvolvimento de mil coletes do tamanho P e a empresa Glacio do Brasil LTDA, ficará com a produção de 700 coletes M e 300 coletes G. 

Para conseguir a aprovação, foi necessário que tais coletes cumprissem alguns critérios como, placas de metal para proteção na parte da frente da frente, no dorso e nas laterais do corpo, proteção para tiros de fuzis e uma certificação internacional. O material é tido como nível III, julgado como altamente seguro. 

“Temos uma criminalidade que utiliza diversos tipos de munição, inclusive de fuzil. Então, foi necessário pensar em um colete adequado para que o policial tenha a sua disposição uma proteção que preservasse a sua vida e a sua integridade física. Buscamos no mercado nacional (o produto), e havia coletes disponíveis com certificação internacional atendendo às especificidades pedidas. No ano passado, fizemos um processo licitatório. No mês de dezembro, houve um pregão eletrônico, e algumas empresas participaram. Por serem três tamanhos (P, M e G), duas empresas foram as vencedoras. As duas tem a mesma qualidade de material, e o preço licitatório foi chancelado pelos órgãos reguladores. O contrato foi assinado no mês de dezembro, e esses coletes chegarão 90 dias após essa assinatura”, declarou a subsecretária. 

No dia 25 de novembro de 2020, o Governo do Rio pediu uma aprovação e desembolsou R$ 19.652.500 para a compra dos coletes. Em 27 de novembro, a decisão saiu no Diário Oficial do estado, porém, as empresas em questão só irão receber a quantia após a entrega do material. Ainda de acordo com a subsecretária, “no Brasil nenhum órgão militar ou policial adquiriu material com tais inovações tecnológicas e com nível de proteção balística”.