Doze crianças foram baleadas e mortas no Rio em 2020; relembre os casos
A média de crianças mortas nas periferias cariocas é de uma por mês neste ano
Somente em 2020, o Estado do Rio de Janeiro perdeu 12 crianças vítimas de armas de fogo. Uma média de uma por mês.
As duas últimas a entrar para essa triste conta foram as primas Rebecca, de 7 anos, e Emilly, de 4, que morreram na última sexta-feira, enquanto brincavam na calçada em frente ao portão de casa, na comunidade Barro Vermelho, em Gramacho, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Abaixo, veja os casos deste ano.
Emilly e Rebecca
As primas Emilly, de 4 anos, e Rebecca, de 7, brincavam em frente ao portão de casa quando foram atingidas, no último dia 4. As meninas moravam na comunidade do Barro Vermelho, em Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Familiares dizem que policiais dispararam em direção à rua e não houve confronto, mas a PM nega. Emilly foi atingida na cabeça e Rebecca ferida no peito.
Anna Carolina Souza Neves
Anna Carolina Souza Neves tinha 8 anos e morreu após ser baleada em Belford Roxo, na Baixada, no dia 9 de janeiro. Anna estava dentro de casa, sentada no sofá, vendo TV com o pai, quando foi atingida na cabeça. Segundo a PM, não havia operação na região na hora em que ela foi ferida. A família informou à corporação que disparos foram ouvidos pouco antes da tragédia.
João Vitor dos Santos
Aos 14 anos, João Vitor dos Santos foi atingido na cabeça no dia 29 de janeiro ao voltar do aniversário da prima, na Avenida Vicente de Carvalho, em Vila Kosmos, na Zona Norte. Ele morreu no domingo seguinte, dia 2 de fevereiro. Na época, em nota, a PM afirmou que não fazia operação na região quando houve o disparo que feriu o adolescente.
Douglas Enzo Marinho
Douglas Enzo Marinho foi morto com um tiro no peito durante a própria festa de aniversário de 4 anos em Piabetá, distrito de Magé, na Baixada Fluminense, em 7 de junho. O autor dos disparos foi um convidado do evento, Pedro Vinícius de Souza, de 21 anos, que chegou a ser preso.
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Luiz Antônio da Silva
Luiz Antônio da Silva também tinha 14 anos e foi atingido na perna no dia 6 de fevereiro, na comunidade Vila Ruth, em São João de Meriti, na Baixada. Ele morreu no dia seguinte, uma sexta-feira; na segunda, Luiz, que chegou a morar na rua, seria matriculado numa escola. O adolescente estava em processo de adoção pela dona de casa Tamires Silva, de 23 anos. Os dois saíam do psicólogo quando começou um tiroteio. Tamires diz que PMs se recusaram a socorrer o menino.
João Pedro Matos Pinto
O adolescente João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, morreu ao ser atingido nas costas durante uma operação das polícias Federal e Civil no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, no dia 18 de maio. Segundo parentes, agentes invadiram a casa onde ele estava e saíram atirando.
Kauã Vitor
Kauã Vitor, de 11 anos, morreu ao ser atingido na cabeça no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, no dia 25 de junho, enquanto brincava na porta de casa. Suspeito de ter sido o autor do crime, Felipe Lima Gomes, de 18 anos, conhecido por Panelinha, foi preso dias depois. Ele estaria brincando com a arma quando o disparo foi feito.
Rayanne Lopes
Aos 10 anos, Rayanne Lopes foi morta numa festa junina em Anchieta, na Zona Norte, em 28 de junho. O pai dela também foi balado ao tentar protegê-la na chacina, que deixou cinco mortos e sete feridos. Ele passou por cirurgia e sobreviveu. Testemunhas contaram que quatro homens com fuzis saltaram de um carro preto atirando contra o evento.
Ítalo Augusto Amorim
Aos 7 anos, Ítalo Augusto Amorim foi atingido na testa por um tiro também no portão de casa, enquanto brincava, no Éden, em São João de Meriti, no dia 30 de junho. De acordo com testemunhas e também com a PM, homens numa moto atacaram uma viatura. Em nota, a corporação afirmou que não revidou.
Maria Alice
Maria Alice, de 4 anos, foi baleada durante um aniversário em Três Rios, no Vale do Paraíba, no dia 30 de junho. Ela foi socorrida e internada, mas chegou ao hospital em estado gravíssimo e morreu dois dias depois. Na hora do crime, houve um confronto entre bandidos que disputam o tráfico na região, e uma outra pessoa morreu, de 20 anos, e mais seis ficaram feridas.
Leônidas Oliveira
Leônidas Oliveira, de 12 anos, foi baleado na cabeça no dia 9 de outubro num tiroteio entre bandidos e policiais. Ele estava com a avó, que não foi atingida, na porta de uma lanchonete na Av. Brasil, na altura da Nova Holanda, na Maré, Zona Norte, onde morava. O sonho dele era ser advogado e tirar a família da favela.