Presidentes da OAB e Abraji criticam intimação da polícia a Bonner e Renata

Os presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel, criticaram a intimação feita a William Bonner e Renata Vasconcellos, âncoras do Jornal Nacional

Presidentes da OAB e Abraji criticam intimação da polícia a Bonner e Renata
Foto: Reprodução/TV Globo
Presidentes da OAB e Abraji criticam intimação da polícia a Bonner e Renata

Os presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel, criticaram a  intimação feita pela polícia a William Bonner e Renata Vasconcellos, âncoras do Jornal Nacional, da TV Globo.

Nas redes sociais, o presidente da OAB disse que a intimação soa como uma "afronta, ainda que simbólica, contra a imprensa livre".

Em nota enviada à imprensa, a Abraji disse que a solicitação causa "estranheza" e que haveria outras formas para o assunto ser tratado, "sem espetacularização".

"Causa estranheza a intimação de dois profissionais do Jornal Nacional, em lugar de representantes do grupo empresarial ao qual o produto está vinculado. Haveria outras formas pelas quais o assunto poderia ser tratado, sem espetacularização por parte Polícia Civil", ressaltou Träsel.

E completou: "O senador Flávio Bolsonaro está em seu direito ao apresentar notícia-crime contra a cobertura do caso das 'rachadinhas' por parte da TV Globo, mas infelizmente o faz para defender a censura prévia imposta pela Justiça do Rio de Janeiro e sustentada pelo STF, em clara violação à liberdade de imprensa e aos direitos fundamentais previstos na Constituição. A atitude mais republicana teria sido explicar o caso a seus eleitores através do Jornal Nacional".

Entenda 

Os jornalistas foram intimados pela Polícia Civil do Rio para depor por suposto crime de desobediência a uma decisão judicial, em relação a matérias que envolvem a investigação das supostas "rachadinhas" no gabinete da Assembleia Legislativa do Rio de Flávio Bolsonaro, e que envolve também Fabrício Queiroz.

A juíza Cristina Serra Feijó, da 33ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, havia proibido a exibição de qualquer documento ou peça do processo sigiloso referente à investigação na emissora. Como a ordem não foi cumprida, houve a intimação.