Fortaleza: 5 anos após Chacina de Messejana, acusados ainda não foram julgados

Movidos por vingança, colegas de um policial militar assassinado durante um assalto realizaram uma série de ataques durante a madrugada, matando 11 pessoas de forma "aleatória"; MP-CE espera resolver questão no próximo ano

Há cinco anos, região da Grande Messejana vivia noite de terror
Foto: Reprodução/TV Globo
Há cinco anos, região da Grande Messejana vivia noite de terror

Na madrugada do dia 11 para o dia 12 de novembro de 2015, a cidade de Fortaleza viveu um dos episódios mais tristes e violentos de sua história: a chacina de Messejana, quando 11 pessoas morreram em ataques seguidos e orquestrados por policiais militares. Cinco anos depois, os parentes das vítimas ainda esperam por justiça, mas o julgamento só deve ocorrer em 2021.

"Existe a possibilidade de o processo ser levado a júri no próximo ano, se, eventualmente, restarem esgotadas as instâncias recursais", afirmou o promotor de Justiça da 1ª Vara do Júri, Marcus Renan Palácio, em entrevista ao portal G1. Ao todo, 34 policiais são acusados de terem participado da chacina , que se espalhou pelos bairros Lagoa Redonda, Curió e na Comunidade São Miguel.

Na denúncia, apresentada pelo MP-CE sete meses após a chacina, foram protocoladas informações sobre a motivação dos crimes, ocorridos após a morte do soldado Valtemberg Chaves em um assalto em 11 de novembro de 2015. Movidos por vingança, os agentes apontados como autores dos ataques decidiram procurar os responsáveis e escolheram "vítimas aleatórias".

O promotor ressalta que os autos trazem "robustas provas testemunhais e periciais" colhidas no inquérito realizados pela Delegacia de Assuntos Internos da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, o que corrobora e permite responsabilizar os acusados pelos crimes.

Já as defesas dos policiais criticam a não individualização das denúncias, condutas e crimes, ressaltando que não houve tempo de todos os PMs estarem presente em cada um dos assassinatos. De acordo com a publicação, os réus estão divididos em três processos, mas a impetração de recursos impossibilitou os julgamentos até o momento: 10 conseguiram reverter decisões de júri popular, sobrando outros 34 que ainda podem responder pelos homicídios.