“Não teria como se defender”, diz sobrinho de cadeirante que morreu em Bauru

Vítima de 42 anos foi arremessada de uma altura de 10 metros no Rio Bauru

Os bombeiros tentaram reanimar o cadeirante por cerca de trinta minutos.
Foto: Alisson Negrini/TV TEM
Os bombeiros tentaram reanimar o cadeirante por cerca de trinta minutos.

O sobrinho de Luiz Antônio Barreto, cadeirante que morreu na última quinta-feira (29) ao ser jogado de um viaduto em Bauru (SP) , informou que o tio tinha quatro filhos, três netos e vivia na rua por enfrentar problemas com álcool e drogas. As informações foram dadas pelo G1 .

Maycon Barreto, de 24 anos, contou que o tio perdeu as duas pernas há 14 anos em um acidente em uma linha de trem. Ele também disse que Luiz Antônio recebia ajuda de comércios da região central de Bauru .

Algumas pessoas faziam o cabelo e a barba do cadeirante de graça. Luiz Antônio também recebia comida diariamente e, dois dias antes de morrer, comemorou seus 42 anos com um bolo de aniversário.

O sobrinho comentou que Luiz Antônio tinha força nos braços por empurrar a cadeira de rodas, “mas não teria como se defender diante de um agressor que não tem problemas físicos. Ele podia até tentar se defender, mas seria em vão”.

“Nós da família ficamos muito chateados, mesmo com ele não convivendo mais com a gente. Entre a bebida e a família, ele escolheu a bebida. Mas é irmão do meu pai, é nosso sangue. Ele não era uma pessoa ruim, apenas um pouco marrento”, disse Maycon.

O homem contou também que trabalhava perto do local onde Luiz Antônio pedia ajuda a motoristas e vendia balas no trânsito.

“Sempre que cruzava com meu tio, ele estava alegre, sempre encarando suas dificuldades com bom humor . Ele sempre ria quando eu falava pra ele que ia presenteá-lo com um par de chinelos”, relatou o sobrinho.