Choro e muita correria, lembra dono de loja que acolheu pacientes após incêndio

José Paiva, de 72 anos, teve papel fundamental no socorro aos pacientes após fumaça tomar conta da instituição de saúde

A loja de serviços automotivos para onde foram levados alguns pacientes do Hospital de Bonsucesso
Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
A loja de serviços automotivos para onde foram levados alguns pacientes do Hospital de Bonsucesso

O português José Paiva, de 72 anos, dono da loja de serviços automotivos e borracharia Rio Paiva, teve papel fundamental no socorro aos pacientes retirados às pressas do  Hospital Federal de Bonsucesso durante o incêndio que atingiu o prédio 1 da unidade de saúde na manhã desta terça-feira (27). E tudo aconteceu porque ele, sem pensar duas vezes, mandou uma funcionária do HFB, que aparentava desespero, entrar na loja. Acabou retirando vários carros para dar lugar a macas.

"Uma moça, aflita, pediu ajuda. Eu mandei que entrassem. Eram umas 40 macas aqui. Só lembro do desespero de todos. Tinha parentes chorando e correria de enfermeiros", contou Paiva.

Do primeiro atendimento ali na loja , os doentes eram levados em ambulâncias para outras unidades de saúde do estado e do município.

Paiva foi um dos elos da corrente de solidariedade que rapidamente se formou. A técnica de enfermagem Ana Cristina Ribeiro voltava de uma consulta com endocrinologista no Hospital do Fundão quando viu o incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso. A funcionária de saúde, que também é bombeiro civil, mora na comunidade Parque Monsenhor Brito, que fica ao lado do hospital, e correu para ajudar na remoção dos pacientes para a loja de pneus.

"Moro aqui pertinho e nasci no Hospital de Bonsucesso . Desci do ônibus para ir para casa quando vi a fumaça e o alvoroço. Estou de férias, mas não pensei duas vezes. Corri para a porta do hospital e comecei a ajudar. Como sou da área da saúde tive mais facilidade nisso. Tirei vários pacientes da cadeira hospitalar e levei para o Rio Paiva. Depois que colocamos as macas lá dentro. Quando a retirada dos pacientes acabou, corri em casa e trouxe garrafas de água para os bombeiros", contou Ana Cristina.