"Homicídio não dá lucro": Rio atinge queda recorde no número de assassinatos

Segundo especialistas, criminosos optam por outros tipos de crimes para manter o caixa das organizações cheio; além disso, "aliança" entre milicianos e traficantes também pode ter contribuído para redução dos números

A prisão de um miliciano que atua em Itaguaí, onde há também venda de drogas
Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
A prisão de um miliciano que atua em Itaguaí, onde há também venda de drogas

Dados da Polícia Civil revelam que o  estado do Rio de Janeiro atingiu, ao longo do mês de setembro, a menor marca de registros de assassinatos desde 1991, com um total de 237, o que representa redução de 24% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo especialistas e autoridades de segurança ouvidos pelo jornal O Globo, tais números se devem a uma série de fatores, como própria pandemia da Covid-19 e a proibição de operações policiais nas comunidades , mas há um ponto que precisa ser considerado: uma "aliança" entre milicianos e traficantes , que teria reduzido as disputas por territórios.

Entretanto, é preciso ressaltar que as estatísticas nem sempre mostra a real situação sobre um determinado assunto, principalmente quando se trata sobre violência. De acordo com o subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira, existem muitos casos de pessoas desaparecidas que acabam não entrando no levantamento porque a polícia não consegue provar o crime "se não tem corpo".

Já o coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança, citou outro ponto importante nesta estatística: o fato de os homicídios não gerarem lucros aos grupos criminosos, além de atraírem a atenção da polícia.

"Não interessa para as milícias , nem para os traficantes. Isso mostra também que a redução de homicídios não significa que a segurança pública vai bem", concluiu.