Repórter é agredida por funcionário da prefeitura: 'Me chamou de macaca'

Julie Alves gravava uma reportagem quando ela e o cinegrafista foram alvos das agressões; a dupla registrou o caso na polícia

A repórter Julie Alves, de 44 anos, fazia uma reportagem para o programa 'Fala, Baixada', da CNT
Foto: Reprodução/Instagram
A repórter Julie Alves, de 44 anos, fazia uma reportagem para o programa 'Fala, Baixada', da CNT

A repórter carioca Julie Alves sofreu  agressão e racismo durante uma reportagem do programa "Fala Baixada", do canal CNT Rio, próximo ao posto de saúde do Mucajá, bairro de Japeri, na Baixada Fluminense .

A jornalista, de 44 anos, e o cinegrafista, Vângelis Floyd Ferreira, de 35 anos, mostravam os problemas em um lixão que fica ao lado da unidade de saúde, e resolveram conversar com um responsável do posto sobre o assunto.

Um homem, negro, que se identificou como funcionário, tentou impedir o trabalho e xingou os profissionais no momento em que eles entraram no pátio da unidade de saúde e chegou a chamar Julie de "macaca" e o cinegrafista de "gordo", o que resulta em atos de racismo e gordofobia.

Em entrevista ao GLOBO, a repórter afirma que o homem deu um tapa forte no seu braço, o que fez o microfone cair no chão. Enquanto ela recolhia, o funcionário se dirigiu ao cinegrafista e deferiu um chute, sendo retirado em seguida por outra pessoa.

O agressor se chama Clodoaldo Silva de Souza, também conhecido como Dudu, que tem o cargo de diretor da Unidade Médica de Engenheiro Pedreira (Umep), distrito do município de Japeri.

"Estávamos filmando o lixão e perguntei se alguém do posto poderia falar sobre o assunto. Esse cara consentiu e quando entramos no pátio, já gravando, ele começou a gritar, disse 'grava não, c... Vai para casa do c..., não pode gravar aqui' e fui narrando o que acontecia. Eu disse que gravaríamos sim, e ele falou: 'Não vão gravar nada, sua macaca'. O cinegrafista foi me defender, e ele disse: 'Cala a boca, seu gordo'. Foi então que ele partiu para cima de mim. Deu um tapa na minha mão, pensei que ele fosse dar na minha cara, e o microfone caiu. Eu me abaixei para pegá-lo e ele avançou no cinegrafista", relata a repórter.

Procuradas pelo GLOBO, a Prefeitura e a Secretaria municipal de Saúde de Japeri não responderam aos questionamentos.