Polícia investiga morte de cabeleireira após procedimento estético
Edisa de Jesus, de 20 anos, fez lipoescutura e enxerto de silicone nos glúteos na última sexta, mas foi socorrida no sábado e morreu por embolia pulmonar
Por Agência O Globo |
A Polícia Civil de Belo Horizonte investiga a morte de Edisa de Jesus Solini, de 20 anos, que sonhava ter um salão de beleza e ter o corpo perfeito. A cabeleireira conseguiu abrir o próprio negócio, mas teve a vida interrompida após realizar um procedimento estético em uma clínica de cirurgia plástica, em de Belo Horizonte (MG). A mulher realizou uma lipoescultura e enxerto de silicone no glúteo na Clínica Belíssima, localizada no bairro de Savassi, na sexta-feira (11) passou mal e foi levada no sábado (12), para o Hospital Felicio Rocho, também na capital mineira, onde morreu por embolia pulmonar, segundo o atestado de óbito.
O caso e as circunstâncias da morte da jovem são investigados pela 3ª Delegacia de Polícia Civil Sul de Minas Gerais, a cargo do delegado Vinícius Dias. Na segunda-feira e na manhã desta terça-feira, agentes estiveram no estabelecimento para recolher documentos e prontuários médicos. O delegado Wagner Sales, chefe do 1º Departamento da Polícia Civil em BH, disse que o caso é complexo e que familiares e amigos da cabeleireira já estão sendo ouvidos.
“Primeiro, precisamos ter cautela e fazer uma investigação aprofundada e qualificativa, analisa todos os fatos, ouvir pessoas e certificar a causa da morte. Isso será feito pelo IML no corpo, que foi necropsiado. Estamos buscando informações, conversando com parentes e amigos. Já comparemos na clínica e recolhemos documentos importantes para o inquérito. Vamos trabalhar com provas objetivas, com os laudos periciais, com o laudo da necropsia que virá do IML”, diz Sales, que ainda vai verificar se o estabelecimento tinha autorização para funcionar como clínica estética.
“Temos ainda que analisar a documentação e ver se tem alguma irregularidade no funcionamento da clínica, se ela tem alvará de funcionamento emitido pela prefeitura, se a vigilância sanitária autorizou esse tipo de procedimentos e todos os que poderiam ser feitos lá.”
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Conforme o delegado, o prontuário da Edisa foi entregue à polícia junto com uma cópia do risco-cirúrgico. No documento uma informação importante: a jovem tinha risco-cirúrgico moderado, ou seja, havia risco de complicações. As autoridades ainda vão checar se o CRM do médico está válido e apto no Conselho Regional de Medicina de MG, se fazia parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e se a clínica disponibilizava os equipamentos necessários para realizar o procedimento.
Wagner Sales afirma que a conclusão do inquérito pode levar até 60 dias e que o médico responsável pelo procedimento pode ser um dos últimos a ser ouvido, justamente para colherem mais informações para o interrogatório.
“É uma investigação que demanda muitas informações apuradas. Acredito que entre 45 e 60 dias vamos ter o inquérito concluído e determinar se houve uma responsabilização criminal, a causa da morte e se houve culpa e qual o tipo. Vamos ouvir os parentes da vítima, amigos, a equipe médica que participou do procedimento e o próprio médico, que deve ser ouvido mais para frente, quando vamos ter elementos para o interrogatório dele”, explica o chefe do 1º Departamento da Polícia Civil de BH.
Procurada pelo Jornal Extra, a clínica Belíssima não atendeu aos contatos por telefone.