Lula diz que gostaria de aliança da esquerda na eleição de São Paulo
Petista reconhece que período para acordos já passou e afirma que individualismo não pode superar interesses coletivos-partidários
Por Agência O Globo |
O ex-presidente Lula afirmou nesta sexta-feira que desejava ver uma aliança entre partidos de esquerda na eleição de São Paulo, mas entende que o período para viabilizar esses acordos já passou. O líder petista disse ainda, em entrevista à revista Fórum transmitida pela internet, que, em caso de derrota, ficará a lição de que as coisas precisam ser melhor planejadas e que "individualismo não pode superar interesses coletivos-partidários".
Apesar de não mostrar grande entusiasmo e expectativa de sucesso, Lula deu como certa a candidatura do ex-deputado Jilmar Tatto e se comprometeu a fazer "o esforço que tiver que fazer". É esperado que o ex-presidente faça a sua primeira participação na campanha na convenção do PT de São Paulo, marcada para o próximo dia 12.
Tatto vem sofrendo desgaste por causa da adesão de figuras ligadas ao PT à pré-candidatura de Guilherme Boulos (PSOL). Na semana passada, o pré-candidato petista chegou a dizer que aceitaria disputar uma prévia com Boulos e com o pré-candidato do PCdoB, Orlando Silva, para escolha de um nome único da esquerda na cidade.
Na entrevista desta sexta-feira, Lula acrescentou que não havia como fazer com que Tatto, Boulos ou Márcio França, pré-candidato do PSB, desistissem da disputa. O pré-candidato do PT, segundo o ex-presidente, sempre sonhou em disputar a prefeitura de São Paulo.
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"Esses meninos que estão na disputa, todos eles estão achanco que vão ganhar. Você conversa com o Jilmar, ele acha que vai ganhar, você conversa com o Boulos ele acha que vai ganhar" disse.
O ex-presidente não chegou a dizer claramente que considera uma vitória da esquerda improvável, mas deu a entender que o resultado da eleição vai frustrar as expectativas apresentadas.
"Quando terminar as eleições, essas pessoas vão ter um choque de realidade. Se ganhar, ótimo, mas se não ganhar vamos ter que saber que nas próximas vamos ter que fazer as coisas mais corretamente, mais certas, mais planejadas. A gente não pode permitir que o individualismo supere os interesses coletivos-partidários", afirmou.
Lula ressaltou ainda que considera São Paulo uma cidade de eleitores conservadores e que para unir os partidos seria preciso de um nome que estivesse "acima de todos", como Fernando Haddad, que não quis entrar na disputa.
"Gostaria que tivesse uma aliança política. Agora, o PT teve uma prévia, a prévia teve um resultado e o companheiro Jilmar Tatto é o nosso candidato. Nós vamos ter que ir para rua defender o companheiro Jilmar Tatto. Se o Jilmar não ganhar, fica a lição para ele, para mim, para o PT. Fica a lição para a história política desta cidade", afirmou.