Bolsonaro diz que jornalistas têm mais chances de morrer de Covid-19
Durante evento sobre o novo coronavírus (Sars-coV-2), presidente também se esquivou de ter chamado a doença de "gripezinha" e ressaltou o que acha sobre a cloroquina
Por iG Último Segundo |
Nesta segunda-feira (24), Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que, se contaminados pela Covid-19 , jornalistas têm menos chances de sobreviver do que ele, o presidente da República. O ataque aconteceu um dia após o mandatário ameaçar "encher a boca" de um repórter de "porrada".
Em discurso transmitido pela TV Brasil , Bolsonaro dissertou. "Sempre fui atleta das Forças Armadas. Aquela história de atleta, né, que pessoal da imprensa vai para o deboche. Mas quando pega 'num bundão' de vocês (da imprensa) a chance de sobreviver é bem menor. Só sabe fazer maldade, usar a caneta com maldade. Tem exceções, né, como aqui o Alexandre Garcia ", disse ele, referindo-se ao comentarista da CNN Brasil , que é apoiador do governo.
Bolsonaro também voltou a justificar o uso do termo " gripezinha " no discurso e alegou que sua intenção era ironizar a fala de um vídeo antigo de Drauzio Varella. "Ele falou, depois eu fui atrás".
O evento realizado nesta segunda (24) foi batizado "Brasil vencendo a covid" e contou com médicos que discursaram em favor da hidroxicloroquina/ cloroquina , substância da qual o presidente é entusiasta, mesmo sem comprovação científica de eficácia contra a Covid-19 .
A volta dos ataques
No último domingo (23), Bolsonaro atacou um repórter do jornal O Globo durante visita à Catedral de Brasília. O governante perdeu a paciência após ser questionado sobre os depósitos feitos por Fabrício Queiroz , ex-assessor de Flávio Bolsonaro, na conta bancário da primeira-dama, Michelle Bolsonaro . "Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá". Reagiu o presidente sem responder à pergunta. "Seu safado", emendou à situação.