Crianças passaram por sadomasoquismo em vídeos pornográficos gravados por alemão

Casa usada como estúdio por alemão foi descoberta pela polícia na última quinta. Ele aliciava menores moradores de favela no Rio para gravar vídeos

Klaus Berno Fischer, 73, é o responsável pelo estúdio
Foto: Reprodução/TV Globo
Klaus Berno Fischer, 73, é o responsável pelo estúdio

Testemunhas ouvidas pela 35ª DP (Campo Grande) no inquérito que apura a produção de vídeos de pornografia infantil  pelo alemão Klaus Berno Fischer disseram que crianças eram submetidas a rituais sadomasoquistas, penduradas ao teto do estúdio por meio de algemas e roldanas. A casa usada como estúdio foi descoberta pela polícia nesta quinta-feira em Santíssimo, na Zona Oeste do Rio. Klaus Berno Fischer foi autuado por estupro de vulnerável e pelos artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que tipificam o crime de produção e venda de material pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes.

Na casa onde funcionava o estúdio de Fischer, descoberto pela polícia na quinta-feira, foram encontrados apetrechos sexuais e brinquedos infantis, como gangorra, balanço e balões de festa Segundo as investigações, Fischer, de 73 anos, prometia presentes, como roupas, brinquedos e dinheiro, para atrair crianças para a casa.

O alemão foi preso na noite desta quinta-feira. Agentes da 35ª DP (Campo Grande) localizaram o homem num sítio em Seropédica, na Baixada Fluminense — para onde ele fugiu após a polícia encontrar o estúdio. Fischer teve a prisão temporária por 30 dias decretada pelo Plantão Judiciário. Durante a prisão, o alemão se feriu no rosto. Ele foi levado para o hospital pelos policiais e foi encaminhado ao sistema penitenciário em seguida.

Segundo O delegado Luís Mauricio Armond, titular da 35ª DP (Campo Grande), menores que já haviam sido exploradas ajudavam a levar outras vítimas para a produção de vídeos pornográficos infantis: “Ele se aproveitava de uma menor e, quando a garota ficava mais velha, começava a chamar as amigas dela. Era um esquema já conhecido na comunidade”, diz ele, se referindo à favela Cavalo de Aço, que fica em frente ao estúdio.

Apesar disso, o delegado diz que as crianças e adolescentes abusadas não são apenas da comunidade. As investigações começaram com a denúncia de duas mães de vítimas. Outras menores já foram identificadas pela polícia.

Para Armond, Klaus Fischer não trabalhava sozinho. “É muito tecnológico, muito aprimorado. Pegamos um e-mail em alemão em que uma pessoa o orienta sobre como criptografar os arquivos e enviar para a deep web (parte da internet que não aparece nos mecanismos de busca e é usada para o comércio de drogas e pornografia infantil”).