"Vendendo almoço para comprar janta", diz dona de escola que reabriu
Com inadimplência das mensalidades beirando os 30%, o Jardim Escola Tia Paula ficou fechado por cinco meses e investiu R$ 20 mil em adequações para prevenção contra o coronavírus
Por iG Último Segundo |
A reabertura das escolas particulares, na última segunda-feira (03), foi marcada por baixa adesão na cidade do Rio de Janeiro . Entre as instituições que decidiram retomar as atividades, estão as unidades de menor porte.
Paula Elisa Pinna, dona da escola Tia Paula, localizada em Madureira, declarou que seu seu retorno está sendo um desafio. "Tentei pegar recurso pelo Pronampe [Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte], mas ninguém conseguiu. Estou vendendo almoço para comprar a janta", disse.
Com inadimplência das mensalidades beirando os 30%, o Jardim Escola Tia Paula - 180 alunos do ensino infantil ao 5º ano - ficou fechado por cinco meses e investiu R$ 20 mil em adequações para prevenção contra o novo coronavírus (Sars-coV-2) - o valor foi parcelado até o ano que vem.
Foram adquiridos um ventilador que lança gotículas sanitizantes nas roupas e mochilas, além de máscaras para uso nas duas horas de funcionamento da escola. Parquinho e refeitório continuam fechados.
A reabertura da escola de Madureira , que atende moradores da favela do Cajueiro, é marcada também por um cenário de exclusão digital. "Tenho alguns pais semianalfabetos que trabalham muito para pagar a escola dos filhos. Os pais fazem sacrifício, eles próprios estão pedindo [para reabrir] porque estão deixando as crianças com vizinhos para trabalhar no mercadão, no shopping e nas lojinhas de Madureira", relata a educadora. Apesar disso, menos de 10% dos estudantes compareceu no primeiro dia de aula presencial. Com informações do Uol .