Índice de isolamento cai e chega a ficar negativo em bairro do Rio
No último domingo (02), o país registrou 2.733.622 casos, com 514 mortes pela Covid-19 em 24 horas, chegando a 94.130 óbitos
Por iG Último Segundo | , Jornal Extra |
A empresa CyberLabs que vem monitorando, diariamente, a circulação de pessoas no Centro, Tijuca, Barra, Botafogo, Copacabana, Ipanema e Leblon, informou que o índice de isolamento no Rio caiu para 47% no último domingo (2). Foi menor do que a média de 52% registrada para a cidade domingo anterior e é o menor dos últimos quatro meses. Em Botafogo, o índice chegou a ser negativo (-9), segundo a CyberLabs.
— Isso quer dizer que há, aproximadamente, igual quantidade de transeuntes nas ruas de Botafogo em relação a um domingo anterior à pandemia — explica Felipe Vignoli, sócio-fundador da Cyberlabs.
Ontem, com calçadão lotado, contrariando as regras de distanciamento , e banhistas na areia com cangas, guarda-sóis e até coolers — o que está proibido —, as praias da Zona Sul do Rio tiveram um dia típico de verão, em plena pandemia de coronavírus. De manhã, guardas municipais não eram avistados na altura do Posto 11, no Leblon, e PMs tentavam, em vão, retirar grupos que ocupavam a areia indevidamente, já que só o banho de mar foi autorizado na sexta-feira pela prefeitura. Alguns aceitavam momentaneamente deixar o local, mas voltavam logo depois, irritando os policiais. As cenas acontecem num momento em que especialistas da Fiocruz alertam para tendência de alta na curva de casos de Covid-19 no estado do Rio.
— Passamos alertando, mas as pessoas dizem que a prefeitura liberou, por isso estão aqui, mas desconhecem as regras. Quando a gente sai, voltam para a areia como se não tivéssemos falado nada. Parece que a pandemia acabou. É superchato. Estamos lidando com adultos que agem como crianças — disse uma policial.
Nas pistas com trânsito bloqueado para virarem áreas de lazer na orla da Zona Sul, o burburinho era grande logo no início da manhã. O vaivém de pedestres e ciclistas se manteve o dia todo. Além do banho de mar, que deveria ser intermitente sem permanência na areia, cariocas e turistas se divertiram andando de patins, skate, bicicleta ou caminhando. Em todos os lugares, era possível ver pessoas sem máscaras, cujo uso é obrigatório por normas do município e do estado. O item é defendido por especialistas porque aumenta a proteção contra a Covid-19 e ajuda a conter o avanço do vírus.
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O prognóstico da Fiocruz para o Rio — e também para o Ceará e o Maranhão — consta de um boletim divulgado pelo Infogripe, sistema que monitora a ocorrência da síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no país. Nesses três estados, um pico de casos foi registrado na primeira quinzena de maio. Em junho, houve quedas seguidas, mas, no fim de julho, a curva tornou a subir — ainda que em patamar bem abaixo do de dois meses atrás.
Desde sábado, o Rio está na fase 5 de flexibilização. Entre as novidades deste fim de semana, estão o banho de mar permitido e a volta dos ambulantes à orla. No entanto, tudo com restrições adotadas para o combate à Covid-19.
Pontos turísticos como a Praça Mauá também registraram movimento. No Parque Nacional da Tijuca, guardas orientavam os visitantes sobre as novas regras, sobretudo o uso de máscaras, mas era só os funcionários se distanciarem para a medida de segurança ser ignorada.
Para Tânia Vergara, presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio, as fases de reabertura são precipitadas:
— O Brasil é o único país do mundo onde, há cinco meses, estão morrendo mais de mil pessoas por dia. A cidade do Rio está com redução do número de casos, mas o estado do Rio, não. Então, vejo com preocupação imagens de aglomerações.
Ontem, o país registrou 2.733.622 casos, com 514 mortes pela Covid-19 em 24 horas, chegando a 94.130 óbitos. O estado do Rio contabilizava 167.225 casos e 13.572 mortes.