Três chefes do tráfico voltam ao Rio após anos em presídios federais

Rato, Magno da Mangueira e Kadá foram encaminhados ao estado no começo desta segunda-feira (27) a pedido da Justiça do Rio Grande do Norte

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Foto: Agência Brasil
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Três  chefes do tráfico que cumpriam suas penas na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, vão voltar para o Rio. Carlos Henrique dos Santos Gravini, o Rato, Magno Fernando Soeiro Tatagiba de Souza, o Magno da Mangueira, e Reinaldo Medeiros Ignácio, o Kadá, todos integrantes da maior facção do estado, chegam nesta segunda-feira (27) ao estado escoltados por agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Eles estavam há pelo menos quatro anos no sistema penitenciário federal a pedido do governo do Rio. O retorno dos três foi determinado pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte.

A chegada dos presos está prevista para às 10h30 no Aeroporto Tom Jobim num avião da Polícia Federal. Após o pouso, os traficantes serão encaminhados para o Complexo de Gericinó, na Zona Oeste. Todos os três são condenados a mais de 30 anos de prisão e, segundo a polícia do Rio, seguem enviando ordens, de dentro da cadeia, para seus subordinados nas favelas que dominam.

No caso de Kadá, o governo do Rio não solicitou a permanência do preso no sistema federal. Já quanto a Magno e Rato, houve pedidos pela manutenção dos traficantes fora do estado “com o fim de se evitar novas associações e articulações para a prática de crimes”. As solicitações, entretanto, foram negados pelo juiz Walter Nunes da Silva Junior, que argumentou que os presos apresentam bom comportamento no sistema federal.

“A inclusão em presídio federal é uma medida excepcional e assim deve ser entendida. É uma medida drástica deslocar um preso para outro local longínquo, em um país das dimensões continentais como é o caso do Brasil”, escreveu o magistrado na decisão que determinou o retorno de Magno ao Rio.

Um dos presos é réu por abate de helicóptero

Magno da Mangueira foi um dos traficantes mais procurados do Rio na década de 1990, e é réu pelo abate a tiros de um helicóptero da Polícia Militar no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, em 2009. Três PMs morreram na ocasião. O traficante estava no sistema penitenciário federal desde 2011.

Rato, que acumula penas que chegam a 65 anos de prisão, é apontado como mandante de uma série de tentativas de invasão da Cidade Alta, em Cordovil, desde 2016, quando o bando que chefiava foi expulso da favela. O traficante designou seu filho Wesley Henrique dos Anjos Santos, preso em 2017, como responsável pela retomada de seus antigos domínios, sem sucesso.

Já Kadá foi denunciado à Justiça em 2018, quando já estava preso em Mossoró, por chefiar o tráfico de drogas no Morro do Cavalão, em Niterói. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o chefe do tráfico usava sua mulher, Monique Pereira de Almeida, para mandar ordens a seus subordinados na favela: "a função primordial de Monique na organização é a de repassar as ordens que são emitidas pelo chefe Kadá, ordens estas que são dadas quando Monique o visita na cadeia. Monique vai à penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró várias vezes por mês, e possui até apartamento alugado próximo à unidade prisional". Atualmente, quem gerencia o tráfico no Cavalão, segundo a polícia, é o filho de Kadá.