Ministério da Saúde não renova pesquisa que monitora a Covid-19

Estudo foi conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e feito em três fases. A pasta diz que vai continuar a realizar as pesquisas da doença

Pesquisa da universidade analise o comportamento da Covid-19 no Brasil
Foto: Eduardo Valente/iShoot/Agência O Globo
Pesquisa da universidade analise o comportamento da Covid-19 no Brasil

O Ministério da Saúde não renovou o financiamento do Epicovid19-BR (Estudo de Prevalência da Infecção por Coronavírus), pesquisa conduzida pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas) com o objetivo de fazer o monitoramento de como a Covid-19 se comporta no Brasil.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira (21) ao lado do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse que o estudo precisaria ser feito com uma abrangência maior. As entrevistas da pesquisa foram feitas em 133 cidades entre maio e junho.

"A pesquisa estava muito boa, mas com dificuldade da gente ter uma posição nacional. Para efeito de Brasil, a gente precisaria mudar alguns focos do que foi contratado. Ficou muito regionalizado, e por isso ficou difícil de transferir o raciocínio e as ideias para o Brasil como um todo, o país é muito heterogêneo", disse o general.

Apesar do encerramento do financiamento, a pasta afirmou por meio de nota que vai continuar os estudos de inquérito de prevalência da Covid-19 na população. As novas diretrizes para isso, porém, ainda não foram definidas.

"O Ministério da Saúde esclarece ainda que, conforme estava previsto no Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado com a UFPel, as três etapas previstas da pesquisa Epicovid19-BR foram executadas. A pesquisa 'Evolução da Prevalência de Infecção por Covic-19' foi financiada pelo Ministério da Saúde por meio de um Termo de Execução Descentralizada de Recursos. O extrato foi publicado no Diário Oficial da União", diz a nota.

Em entrevista à Globonews , o reitor da UFPel, Pedro Hallal, lamentou o fim do financiamento e recebeu a informação do encerramento o classificando como "notícias tristes". Segundo ele, não houve contato do ministério sobre uma prorrogação do financiamento.

Como alternativa para que a pesquisa não pare, a universidade está conversando com outras instituições de fomento. "Algumas empresas brasileiras têm nos procurado, alguns projetos têm nos procurado. O recurso financeiro envolvido é grande (...), mas não é caro demais. A gente consegue fazer uma fase dessa pesquisa com R$ 5 milhões. A gente não está falando de um investimento tão alto para uma resposta tão relevante", afirmou Hallal.