Ex-secretário é esperado na Alerj para falar de irregularidades na Saúde do Rio

Edmar Santos era esperado para uma oitiva virtual no dia 24 de junho, quando prestaria depoimento na Alerj sobre as compras feitas no combate à Covid-19. No entanto, ele não compareceu

RO ex-secretário de Saúde do Rio Edmar Santos é esperado para prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) nesta segunda-feira, dia 6, sobre as irregularidades na pasta do governo durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-coV-2).

Edmar Santos, ex-secretário da Saúde do Rio
Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo
Edmar Santos, ex-secretário da Saúde do Rio

Conforme o "Bom Dia Rio", da TV Globo , o ex-secretário Edmar Santos é aguardado para quinta sessão da audiência promovida pela Comissão de Fiscalização e de Saúde, que se inicia às 10h. Ele era esperado para uma oitiva virtual no dia 24 de junho, quando prestaria depoimento na Alerj sobre as compras emergenciais feitas no combate à Covid-19 . No entanto, o ex-secretário mas não compareceu.

Ao fim daquela sessão, a relatoria da comissão recebeu um comunicado do advogado de Santos, que será reconvocado, informando que a ausência ocorreu por ele já estar sendo investigado pelo STJ. Edmar Santos deixou o cargo após denúncias de fraudes envolvendo contratos para construção de hospitais de campanha e compra de respiradores.

Os parlamentares criticaram o não comparecimento do ex-secretário, e alguns chegaram a afirmar que o movimento mostra que Edmar quer esconder irregularidades ocorridas durante sua gestão. Um dos únicos a não se pronunciar foi o deputado Rodrigo Bacellar (SDD), relator do processo de impeachment de Witzel , e que, segundo o colunista Guilherme Amado, recebeu, por parte de integrantes do governo, a mensagem de que poderia indicar quem quisesse para a Secretaria do Governo.

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Edmar foi substituído por Fernando Ferry , que ficou apenas 36 dias no cargo. Na segunda-feira, ele Ferry anunciou seu pedido de demissão. Ao jornal O Globo , afirmou que nunca viu “um descalabro administrativo” tão grande e que “o poço é mais fundo do que pensava”.

Segundo ele, que era diretor do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle até assumir o cargo no governo, uma nova onda de protestos de servidores vai explodir nas próximas semanas, por conta de contratos que o estado deixou de renovar com organizações sociais que administram dez unidades de saúde.

Quem assumiu a pasta foi o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Alex da Silva Bousquet.

Outros depoimentos

Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Fernando Ferry entregou o cargo após quase dois meses no posto

A comissão já definiu novas convocações para falar sobre o assunto: a do atual secretário de Saúde, Alex Bousquet e da ex-subsecretária de Gestão da Atenção Integral na SES, Mariana Scardua. Esse depoimento é uma aposta dos parlamentares de conseguirem mais informações sobre contratos suspeitos, pois Mariana foi exonerada do governo após travar uma briga interna com o ex-subsecretário Gabriell Neves, preso na operação Mercadores do Caos. Na época, ela teria demonstrado insatisfação com as compras estratégicas centralizadas por Neves. Ainda não há datas para essas oitivas, o que será definido semana que vem.

A comissão ainda cogita a convocação de Gabriell Neves, mas essa oitiva é mais complicada já que ele está preso. Segundo a deputada Martha Rocha, integrante da comissão, a Alerj entende que sua presença seria positiva, e ela não está descartada. O que está se analisando, no momento, é um parecer da justiça para se saber exatamente a situação à qual ele está inserido, como, por exemplo, se o seu processo corre em sigilo de justiça.