Escritório do crime cobrava até R$ 1,5 milhão por morte, diz delegado

De acordo com delegado responsável pelas investigações, Daniel Rosa, criminosos usavam drones e investigavam vítimas por até nove meses

Mandados são cumpridos pela polícia civil em parceria com o Ministério Público
Foto: Tânia Rego / Arquivo / Agência Brasil
Mandados são cumpridos pela polícia civil em parceria com o Ministério Público

Quanto custa uma morte por encomenda? Segundo o titular da Delegacia de Homicídios (DH), Daniel Rosa, o grupo de matadores cobrava até R$ 1,5 milhão por cada assassinato que praticavam. Os principais clientes seriam contraventores em disputas por pontos de exploração de jogo. Na manhã desta terça-feira (30), a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram uma operação tendo integrantes do bando como alvos .

"Foram prisões relevantes, não só para esclarecer os casos em andamento na DH, como para proteger a população do Rio, uma vez que eles matavam por dinheiro. Eles cobravam de R$1 milhão a R$ 1,5 milhão", afirmou o delegado.


Segundo Daniel Rosa, o grupo era contratado para executar friamente. O valor da morte por encomenda dependia da dificuldade do "serviço", de acordo com o delegado.

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"O nível de sofisticação chegou a nos impressionar durante as investigações. Em alguns casos, os criminosos usaram drones. Para fazer a vigilância de suas vítimas, ficavam seis, sete, nove meses até conseguirem seu objetivo: executar friamente com diversos tiros de fuzil", detalhou Rosa.

Um dos mandados de busca e apreensão foi contra o contraventor Fernando Ignacio, genro do famoso bicheiro dos anos 80 e 90, Castor de Andrade, já falecido. De acordo com o delegado da DH, ele é suspeito de pagar o grupo pela morte de um rival conhecido como Andinho.

"As vítimas do Escritório do Crime são, geralmente, decorrentes de desentendimento de grupos criminosos que disputam o território no Rio", disse Rosa. "A morte de Diotti, por exemplo, foi por ordem do ex-capitão Adriano em disputa por área", concluiu.

O bando de Mad foi investigado até outubro de 2018 pela morte de Marielle, quando uma denúncia anônima chegou à DH informando que Ronnie Lessa havia executado a parlamentar. Mad e Tonhão, inclusive, haviam sido ouvidos pela DH sobre o Caso Marielle, assim como o ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, em agosto de 2018. No entanto, o titular da DH Capital, delegado Daniel Rosa, descartou a participação do bando na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.