Menina de 10 anos é uma das mortas em chacina; pai foi baleado ao protegê-la

Rayanne Lopes foi vítima mais nova de chacina durante festa junina em Anchieta, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Pai dela foi baleado nas costas

Rayanne tinha 10 anos
Foto: Acervo familiar / Reprodução
Rayanne tinha 10 anos

O pai da menina Rayanne Lopes, de 10 anos, morta durante uma  chacina na madrugada do último domingo (28), em Anchieta, na Zona Norte, tentava protegê-la quando foi baleado. Parentes contaram à polícia que o homem foi atingido nas costas quando tentava salvar a menina Rayanne chegou a dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, mas não resistiu aos ferimentos. Já seu pai foi transferido para o Hospital municipal Souza Aguiar, foi operado e está em estado estável.

Segundo testemunhas contaram à polícia, quatro homens portando fuzis saltaram atirando de um carro preto. Os tiros tiveram como alvo uma festa junina que acontecia na Rua Ernesto Vieira, um dos acessos à favela Az de Ouro.

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A página do colégio onde Rayanne estudava, a Escola Municipal Guilherme Tell, publicou uma mensagem de luto pela morte da menina. "Hoje toda a nossa comunidade escolar chora a perda prematura de nossa aluna Rayanne, uma menina doce, amiga, carinhosa e que tinha o coração cheio de sonhos. Sonhos que foram brutalmente interrompidos devido à violência em nosso bairro", diz o texto.

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Além da criança, as outras vítimas são Yuri Lima Vieira e Yan Lucas Soares Gomes, ambos de 23 anos, Josué de Oliveira Xavier, de 20, que, segundo a Secretaria estadual de Saude, já chegaram mortos à unidade. Antônio Marcos Barcelos Pereira Júnior, de 22 anos, chegou a ser transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas morreu na manhã deste domingo. Os feridos foram transferidos para os hospitais municipais Salgado Filho, Lourenço Jorge, Pedro II, Souza Aguiar e Evandro Freire.

A Delegacia de Homicídios (DH) investiga o caso. A polícia já sabe que havia um conflito na região entre as facções que dominam o Complexo do Chapadão , na Pavuna, e as favelas Az de Ouro e Tatão, em Anchieta. Segundo testemunhas informaram aos policiais, os atiradores saíram do Chapadão em direção ao local do crime num Fiat Siena preto.

Circula nas redes sociais o áudio de um morador falando sobre o ocorrido. Ele diz que o crime desta madrugada já era uma tragédia anunciada:

"O negócio ficou feio. Tive que voltar de marcha à ré. Ali era uma tragedia anunciada. Esses malucos ficam mandando recadinho para os moleques do outro lado, falando que vão invadir, matar, fazer e acontecer. Aí faz festinha junina e fica todo mundo ali desguarnecido, sem uma peça, sem nada. Quem acaba sofrendo é quem não tem nada a ver. Vai fazer o que ali? Ali não é uma festa familiar, a verdade é essa. Quem conhece ali sabe o que estou falando. Está no lugar errado e na hora errada. A garotinha de dez anos tomou tiro no peito e morreu".