Suspeito de espancar mãe até a morte tinha deixado a cadeia dias antes do crime
Crime teria sido motivado por desentendimento por pedido de lanche. Ele fora preso por tráfico de drogas e obteve habeas corpus
Por Agência O Globo |
Igor Gomes de Moraes Alves, de 30 anos, que foi preso em flagrante por suspeita de espancar a mãe até a morte na Barra da Tijuca , havia sido preso dias antes do crime, por tráfico de drogas. Ele tinha sido beneficiado por um habeas corpus e foi sua mãe, Lúcia Regina Gomes Alves, de 70 anos, quem foi buscá-lo na saída da prisão, segundo o Bom Dia Rio, da TV Globo. O crime teria sido motivado pelo pedido de um lanche: o filho queria comer hambúrguer, mas a mãe não. Houve uma discussão e, em seguida, Igor agrediu e asfixiou a idosa.
"Ele mesmo informou que, nesses dias, foi liberado da prisão. Agora cabe esclarecer, as investigações vão prosseguir, para esclarecimento do motivo da tamanha violência desse filho, chegando a matar a mãe", afirmou a delegada Cristiane Carvalho ao telejornal.
Igor não trabalha e disse à polícia que recebia mesada da mãe. Investigadores relataram ao telejornal que, depois do crime, Igor deixou a casa da mãe e foi para seu apartamento em um condomínio de luxo também na Barra. Ele foi encontrado pelos policiais dormindo e foi preso em flagrante. Os policiais relataram que o filho confessou o crime e não demonstrou nenhum arrependimento. Vizinhos disseram aos agentes que já ouviram outras discussões entre os dois.
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Igor Alves vai responder por feminicídio, como pena de prisão que pode chegar a 30 anos, em caso de condenação.
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"Um apelo mesmo às mulheres, vítimas de violência, que não se calem, que procurem a delegacia porque a Lei Maria da Penha dá várias medidas de proteção para essa mulher e para os familiares. Para que a gente não chegue a esse trágico final mais uma vez", afirmou a delegada.
O crime chocou moradores do condomínio e das cercanias. Uma moradora do Barrabella In, que mora com seus dois filhos pequenos, contou ter ficado apavorada com a correria no condomínio e com gritos de vizinhos.
"O vizinho do apartamento de cima começou a gritar. Eu perguntei a ele o que estava acontecendo. Ele disse que um homem estava pulando o muro do condomínio. Da janela eu vi a pessoa pulando o muro e tentei registrar com o celular, mas não deu tempo. Moro com duas crianças e fiquei apavorada. Tranquei as portas e fechei as janelas", contou a moradora. "Só não sabemos por quanto tempo ele ficará preso. Isso é lamentável".
Segundo ela, a mãe e o filho chegaram ao prédio juntos por volta das 21h. Uma hora e meia depois o crime já tinha sido praticado e o assassino tentava fugir. Outra moradora gravou um áudio e divulgou para que o crime não passe impune.
"Estamos vivendo um momento muito difícil para permanecer calada. Ainda mais depois de saber o que eu acabei de tomar conhecimento. No Barrabella In (um dos primeiros condomínios a serem construídos na Barra da Tijuca, de frente para praia), um filho matou a mãe por volta das 10 horas da noite e tentou fugir pelo Wayer Way, condomínio ao lado. O pessoal viu ele pulando o muro ele já tinha feito o que quis. O nome dele é Igor. Não mora aqui. Quem morava era a mãe, Lucia Regina. Acho muito importante a gente denunciar ao público essas questões. A gente sempre acredita que essas coisas estão longe da gente e quando acontece perto (ficamos em pânico). Essa revolta se intensifica de forma muito exponencial. Não podemos deixar que esse playboy da Barra saia ileso dessa", disse a mulher.