João Pedro: Testemunhas negam terem visto criminosos e confronto com a polícia
Adolescente ouvida no mesmo dia da morte do menino de 14 anos depôs à Polícia Civil dentro de caveirão
Por Agência O Globo |
As testemunhas do caso João Pedro Mattos, morto no dia 18 de maio, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, negaram que viram criminosos no pátio da residência e qualquer confronto com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Cinco jovens que estavam com o adolescente de 14 anos no momento da operação da Core com a Polícia Federal prestaram depoimento nos últimos três dias ao Ministério Público Estadual (MP-RJ) e ao Ministério Público Federal (MPF).
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Segundo a Defensoria Pública do Estado, a versão das testemunhas desmente os policiais civis, que os tiros foram disparados em direções opostas, o que demonstraria que havia confronto no momento em que o menino foi morto, conforme a investigação da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG).
"Nenhum dos jovens que estava dentro da casa viu criminosos atirando na residência", afirmou o defensor público, Daniel Lozoya, durante a coletiva da Defensoria, na manhã desta quinta-feira.
Durante a coletiva da Defensoria, na manhã desta quinta-feira, dia 4, a defensora Carla Vianna afirmou que os cinco jovens tinham uma boa visão de toda a casa, porque ela tem muitos vidros. Eles negaram que qualquer movimentação de bandidos no entorno da residência.
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"Não havia outras pessoas dentro da casa além deles. Eles tinham uma visão razoável da movimentação dos policiais e também tinham uma visibilidade é boa do restante da casa, porque é cheia de vidros transparentes. Os jovens que foram ouvidos negaram que não haviam outras pessoas além dos policiais no quintal da casa. Nenhum deles se referiu a troca de tiros e não tinha nenhum elemento estranho", afirmou a defensora Carla Vianna.
Menina nega versão da polícia
O depoimento de uma das testemunhas foi considerado ilegal pela Defensoria Pública do Estado, porque teria ocorrido após ela ser levada dentro de um caveirão e sem um representante legal. À Polícia Civil, ela teria dito que viu a presença de criminosos na casa onde estavam os agentes.
No entanto, no depoimento prestado ao MPRJ e ao MPF, a adolescente negou que haviam bandidos no local.
A Defensoria trata o testemunho como irregular porque ela o fez acompanha da mãe de uma amiga, que não é sua responsável legal. Ao Ministério Público, as duas disseram que não viram criminosos na área da casa.
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"Houve algumas das irregularidade que apontamos na condução do inquérito. Naquela situação, o que se esperava era que ela pudesse ter ido meios próprios, se fosse realmente constatada a necessidade de prestar depoimento naquele momento. Ela pudesse ter tido contato com os pais até em respeito àquela situação que ela viveu. Ela deveria ter sido amparada e acolhida ao ser levada para delegacia. Não entendemos que seja dentro da normalidade condução dessa dentro dessa forma, foi desrespeitosa em se tratando de uma adolescente sem os pais", disse a defensora Carla Vianna, antes de complementar:
"Ela mesma conseguiu esclarecer o que de fato ela percebeu na dinâmica dos acontecimentos , nós entendemos que o primeiro depoimento produzido de forma irregular, considerando a ausência de um representante legal, ele não tem qualquer valor".