Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel
Fernando Frazão/Agência Brasil
Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel

O governador Wilson Witzel (PSC) publicou, em edição extraordinária do Diário Oficial, nesta quarta-feira (3), a exoneração do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão. Esta é a sexta mudança no primeiro escalão do governo estadual em duas semanas - período em que o governo do estado foi alvo de operações que investigam fraudes em contratos, principalmente na Saúde.

Leia também: Polícia Federal vai à casa de Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro

A saída de Tristão foi uma promessa feita por Witzel a deputados dirante do cenário difícl que enfrenta na Assembleia Legislativa (Alerj), onde tem dez pedidos de impeachment protocolados. Tristão, citado em uma investigação que apura desvio de recursos públicos e acusado por parlamentares de espioná-los.

No mesmo dia, o  governador pretende fazer mais um movimento para agradar à Assembleia Legislativa e tentar afastar a possibilidade de impeachment: exonerar o secretário de Fazenda, Guilherme Mercês , nomeado há menos de uma semana para o cargo. Responsável pelas finanças do estado desde quinta-feira (28), Mercês, que foi subsecretário de Desenvolvimento Econômico, é apontado pela cúpula da Alerj como uma indicação de Tristão.

E, por isso, também recai sobre ele a ira do parlamento. O GLOBO informou nesta quarta-feira (3) que aliados do presidente da Alerj , André Ceciliano (PT), pleiteavam não apenas a saída de Tristão, mas a de Mercês e a do secretário da Casa Civil, Raul Teixeira, também apontado como integrante da cota de Tristão. Witzel tem uma conversa marcada com Mercês às 18h no Palácio Guanabara.

Você viu?

"Não adianta tirar o Tristão e ele continuar mandando na Fazenda e da Casa Civil, ligando e dando instruçoes para seus subordinados", reclamou um parlamentar do núcleo de Ceciliano.

Procurado, Witzel não se manifestou sobre o plano de tirar Mercês da Fazenda nem se pretende exonerar Raul Teixeira da Casa Civil. O governador também optou pelo silêncio ontem, quando a reportagem antecipou a saída de Tristão, cuja exoneração já havia sido prometida por Witzel a deputados - e viria a ser concretizada hoje em Diário Oficial. Lucas Tristão virou desafeto da Alerj após Ceciliano acusá-lo de usar a estrutura do estado para espionar deputados.

Leia também: NOVO protocola pedido de impeachment de Wilson Witzel

O Palácio Guanabara aposta que, com a exoneração de Tristão e de Mercês e com o loteamento de cargos - inclusive dos setores antes dominados pelo ex-secretário -, conseguirá recompor a base na Alerj e, dessa forma, evitar a possibiidade de impeachment de Witzel - dez pedidos já foram protocolados na Casa, oito deles após recentes suspeitas de corrupção na área da Saúde.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!