Com mortes em alta, Rio prorroga isolamento e adia abertura do comércio

Governo estadual realizará, nesta segunda-feira (01), uma reunião para tratar da reabertura gradual da economia

Em meio à escalada de casos e mortes pelo novo coronavírus (Sars-coV-2) no estado, o governo do Rio anunciou ontem que decidiu prorrogar por mais uma semana as medidas de isolamento social e fechamento do comércio.

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Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro,
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro,

De acordo com o executivo estadual, nesta segunda-feira (01), será realizada uma reunião para tratar da reabertura gradual da economia . No encontro, serão discutidos o cronograma de flexibilização das medidas restritivas e as regras técnicas para cada área ou serviço.

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Em meio à discussão sobre reabertura do comércio no Rio, comerciantes veem com cautela, a transição para o chamado ‘’novo normal’’. Os empresários dizem que com faturamento reduzido (para quem passou a operar com delivery, por exemplo) ou zerado por conta das medidas iniciadas em março, é preciso retomar as atividades econômicas, mas sem desprezar os cuidados sanitários para evitar que uma nova escalada de casos que sobrecarregue hospitais e exija novas interdições.

Sócio com os filhos de uma barbearia e estúdio de tatuagem no Américas Shopping (Recreio dos Bandeirantes), Nilson Russo diz que é pouco provável que consiga abrir tão rapidamente. Ele reclama que até o momento, a exemplo de outros setores da economia, as autoridades sanitárias não divulgaram diretrizes para o funcionamento da atividade. O empresário diz que precisa conhecer as diretrizes para fazer adaptações.

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"São medidas sanitárias. As cadeiras de barbeiro terão que ficar mais espaçadas. Também teremos que limitar o acesso de pessoas. Devemos suspender por dois ou três meses, cafés, água e cerveja que oferecemos de cortesia para os clientes, para reduzir a manipulação de produtos. Apesar de estarmos há dois meses sem faturar gente precisa retomar, mas com cautela", ressalta Nilson.

Vera Podiacki, dona de uma cafeteria no Humaitá, não pretende trabalhar com consumo no local por pelo menos um mês: "Há ainda há risco dos casos voltarem a subir", disse.

A expectativa é que o governador Wilson Witzel comece a liberar ainda este mês o funcionamento parcial de indústrias e permita a abertura de shoppings e lojas de rua com 50% da lotação. O processo deverá ser feito em etapas. A primeira fase deve levar duas semanas. As atividades com público continuarão suspensas e as escolas fechadas.

Especialistas divergem sobre a retomada

Entre especialista não há consenso sobre o momento mais adequado para a reabertura. O professor de Infectologia da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Edimilson Migowski, ressalta que a retomada do comércio deve ocorrer de forma gradual com base na avaliação de redução do número de casos da Covid, possibilidade de tratamento e número de leitos.

"Acho que deve abrir, com escalonamento das atividades. Por exemplo, os shoppings vão abrir em horários reduzidos. Os trabalhadores da construção civil vão entrar e sair mais cedo".

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O epidemiologista Guilherme Werneck, da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj), avalia como precoce a reabertura das atividades: "Eu não vejo como a melhor recomendação no momento. A redução da velocidade de casos e óbitos por Covid-19 não pode ser analisada de um dia para outro, para verificar a redução sustentada. E ainda há fila de leitos".