Caso João Pedro: Polícia vai fazer reprodução simulada após ouvir depoimentos

Ainda serão ouvidos o bombeiro socorrista, outros policiais e familiares da vítima

Garoto de 14 anos, João Pedro Mattos Pinto, foi morto em casa durante operação policial.
Foto: Reprodução Redes Sociais
Garoto de 14 anos, João Pedro Mattos Pinto, foi morto em casa durante operação policial.

A Polícia Civil vai realizar uma reprodução simulada para ajudar a esclarecer as versões conflitantes sobre a morte do jovem João Pedro Mattos, de 14 anos, atingido por um tiro de fuzil no peito, na segunda-feira, dentro de sua casa, durante uma operação das polícias Federal e Civil, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) convidou o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, que está assistindo a família, e o Ministério Público para acompanharem a reconstituição, prevista para acontecer após a conclusão dos depoimentos e laudos periciais.

A DHNSGI já ouviu os policiais que participaram da ação, os pilotos da aeronave, além de duas testemunhas, e oficiou a Polícia Federal para prestar informações sobre o planejamento operacional e objetivos da operação. Para semana que vem, estão previstos os depoimentos do bombeiro socorrista, de outros policiais que participaram da operação, dos familiares da vítima, além de outras testemunhas. Os agentes analisam os laudos de perícia do local e de necropsia e aguardam o de confronto balístico.

Em depoimento, os três policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) alegaram que João Pedro foi baleado em meio a um confronto com criminosos, que tentaram se abrigar em residências para fugir da polícia. Os familiares do adolescente, no entanto, negam que tenha havido confronto e afirmam que os policiais da Core entraram na casa da família atirando. O local tem pelo menos 72 marcas de disparos. A contagem foi realizada por líderes comunitários da região.

Na quinta-feira foi divulgado pela polícia que a bala que matou João Pedro é do mesmo calibre de fuzil apreendido com policiais.A Corregedoria Geral de Polícia Civil (CGPOL) instaurou sindicância administrativa disciplinar para apurar a conduta dos agentes que participaram da ação. A apuração corre em paralelo ao inquérito policial instaurado pela Delegacia de Homicídios. Os três foram afastados do serviço operacional provisoriamente e continuarão na Core, exercendo atividades administrativas.

Nesta sexta-feira, familiares e amigos de João Pedro realizam um protesto no bairro Itaúna pedindo justiça por parte das autoridades.