"São Paulo não recebeu um único respirador do Ministério da Saúde", afirma Doria

O Governador de São Paulo também reclamou da falta de recebimento de equipamentos de proteção individual

O ex-ministro Nelson Teich pediu demissão do Ministério da Saúde na última sexta-feira (15) . No tempo em que ficou no cargo, Teich teve uma reunião com o governador de São Paulo, João Doria , no dia 30 de abril, na qual foram solicitados recursos para o combate ao novo coronavírus (Sars-Cov-2). Entre as demandas estavam 100 respiradores para o Hospital das Clínicas e equipamentos de proteção individual, incluindo 4,2 milhões de máscaras n95.

Em entrevista coletiva, Doria disse que São Paulo não recebeu ajuda do Ministério da Saúde com respiradores de EPIs
Foto: Governo de São Paulo / Divulgação
Em entrevista coletiva, Doria disse que São Paulo não recebeu ajuda do Ministério da Saúde com respiradores de EPIs

Nesta segunda-feira (18), em entrevista coletiva, Doria afirmou que o estado não recebeu nada até agora. “São Paulo, o epicentro do coronavírus no Brasil, não recebeu um único respirador ao longo destes 70 dias de enfrentamento da pandemia. Também não recebeu um avental e uma máscara sequer. Isso nos surpreende porque o então ministro Teich, no diálogo conosco, afirmou as dificuldades de compra, mas disse que faria entregas parciais. Ele tinha prometido, já para a semana passada, 25 respiradores dentro do limite daquilo que tinha disponível, não recebemos nada”, disse o governador em resposta ao IG. 

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Outra demanda do governo para Teich foi o credenciamento de 2.733 leitos de UTI específicos para a Covid-19. José Henrique Germann afirmou que o pedido foi atendido parcialmente. "Ainda falta habilitar metade dos leitos solicitados." O Secretário da Saúde de São Paulo ainda disse que o contato com o Ministério da Saúde é constante para obtenção de recursos adicionais.

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Ainda instado pelo questionamento do IG, Doria fechou a coletiva dizendo que espera que não haja seletividade política nos repasses. "Se tivermos um Ministro da Saúde que não respeite a necessidade, a prioridade de São Paulo e o fato de sermos o centro do coronavírus no país para continuar a não receber respiradores, EPIs, leitos e atenção desejada, o governo federal estará decretando a morte de brasileiros em São Paulo e sobre isso nós reagiremos", afirmou o governador.