Grupo paramilitar de extrema direita "300 do Brasil" cria acampamento guerrilha

Grupo "300 do Brasil" envolvido nos atos antidemocráticos do último domingo (3) que resultaram na agressão física de um fotógrafo do Estadão se articula para criar "o maior acampamento pelo fim da corrupção e esquerda no Brasil"

Parte do grupo 'Os 300 do Brasil'
Foto: Reprodução YouTube
Parte do grupo 'Os 300 do Brasil'


A jornalista Jessica de Almeida revelou em sua conta pessoal do Twitter uma apuração extensa que realizou ao acompanhar anonimamente o grupo 300 do Brasil. 

A militância de extrema direita organizada pelos 300 do Brasil promete instaurar uma "contrarrevolução", para isso realizam desde o dia 1 de maio um acampamento de característica paramilitar, onde oferecem aos envolvidos táticas de guerra da informação, treinamento com especialistas em revolução não violenta e palestras sobre a conjuntura social e política do país.

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O slogan do grupo para atrair novos membros é "o maior acampamento pelo fim da corrupção e da esquerda no Brasil" . Nas publicações feitas em chats privados, os organizadores instigam aqueles que aderiram ao treinamento com frases que dizem "você não é mais um militante. Você agora é um militar".

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A organização criou uma campanha de arrecadação de recursos para viabilizar a realização do acampamento. A meta do grupo era arrecadar R$ 50 mil, mas até o momento mais de R$ 62 mil foram doados. São estabelecidos os objetivos do treinamento que envolvem: recuperação da soberania nacional; independência econômica em relação à China; restauração da democracia no Brasil garatindo governabilidade ao poder Executivo; maior envolvimento do povo no processo de tomada de decisão; combate ao totalitarismo de esquerda e à corrupção da classe política tradicionais.

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Os 300 do Brasil declaram na apresentação do projeto que procuram pessoas dispostas a dar sangue, suor e sono para realizar as ações propostas. O valor arrecadado será utilizado para a manuntenção do "quartel general do grupo", com estrutura para 200 beliches e acomodações necessárias para homens e mulheres.

Jessica publicou uma thread no Twitter onde compila as informações apuradas sobre os metódos e planos deste agrupamento paramilitar. O exterminío da esquerda é uma ideia constante. O grupo também tem ligação com Sara Winter, seguidora de Olavo de Carvalho que se intitula "ex-feminista", hoje uma das grandes representantes da extrema direita.