"Não temos clareza se imunidade está ocorrendo", diz secretário

Segundo secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, há doenças que criam anticorpos mas não desenvolve proteção

Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
Foto: José Dias/PR
Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, disse em entrevista coletiva nesta terça-feira (5) que a pasta não sabe se as pessoas infectadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) e que se recuperaram desenvolveram imunidade contra a Covid-19 . "Não temos clareza se imunidade está ocorrendo", disse.

Segundo Oliveira, quando uma pessoa é diagnosticada com a doença, ela cria anticorpos, mas isso não significa necessariamente o paciente terá imunidade ou deixará de ser contaminado novamente pelo vírus.

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"Exemplo disso é o HIV. Temos teste sorológico, medimos anticorpos e não necessariamente a pessoa está imune. Não são todas as doenças que desenvolvem anticorpos que vão representar proteção", afirmou.

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Ainda de acordo com o secretário, os dados registrados no sistema de vigilância da gripe, que coleta informações de pessoas que foram internadas em rede pública ou privada, 65% apresenta pelo menos um fator de risco para Covid-19.

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Ele afirmou, no entanto, que "não é possível ainda descartar possibilidade de subnotificação de comorbidade ou grupo de risco" e que, quando se considera apenas pessoas com síndrome respiratória aguda grave com confirmação de Covid-19, 64% tem idade inferior a 60 anos . Ao verificar os óbitos, Olveira diz que é mais frequente em pessoas acima de 60 anos.

Questionado sobre a situação mais graves de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Ceará e Pernambuco, o secretário afirmou que ainda não é possível dizer quando o pico do novo coronavírus chegaria. Isso porque as medidas de distanciamento social postergaram isso e achataram a curva da doença. "Não sabemos precisar em que data exata será", disse, mas apontou que "sem dúvida", será entre maio, junho e julho.