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Divulgação/Governo do Estado de Alagoas
David Uip

O infectologista e coordenador do comitê de contigência do Covid-19 em São Paulo, David Uip, respondeu - em coletiva de imprensa - a acusação feita pelo presidente Jair Bolsonaro de que os números de óbitos e casos confirmados da doença seriam superdimensionados no estado. Em entrevista à TV Bandeirantes no dia 27, o presidente afirmou que "não pode haver um jogo de números para favorecer interesse político".

Questionado sobre o assunto, o infectologista afirmou que "não possui o direito ou interesse em comentar falas do presidente da república". Todavia, Uip compartilhou com a imprensa parte de sua história profissional: "Eu vivi uma história na década de 1980, com pacientes com a AIDS. Nessa época, o diagnóstico de AIDS era como uma sentença de morte", recordou o médico, reforçando que "apenas depois, em 1996, as coisas evoluíram para um cenário melhor, com aparecimento dos coquetéis de medicamentos".

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"Então eu e minha geração nós vivemos um panorama de perdas. De pacientes, de amigos e até familiares", prosseguiu Uip. "Falar de mortes é uma coisa que dói. Toda vez que eu e o secretário apresentamos dados de mortes, pode ter absoluta certeza que isso nos causa dor. Nenhum de nós vai inflar números de uma notícia", finalizou.

O secretário de saúde de São Paulo, José Henrique Germann, também aproveitou o momento para ler uma nota da secretaria estadual de Saúde que diz "lamentar a fala enviesada e irresponsável do presidente" que, de acordo com a nota, "ignora o fato de que o isolamento social em São Paulo é fator determinante para o achatamento da curva e diminuição do número de infectados e pacientes que precisam de UTI, principalmente, evitando um colapso do sistema de saúde"

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