Brasil pode dobrar número de óbitos por Covid-19 até domingo, diz estudo

País tem curva ascendente quanto ao número de óbitos e infectados, e é líder em reprodução de casos: cada infectado transmite para aproximadamente três outras pessoas

Foto: Agência Brasil
Alguns estados brasileiros já estão próximos do colapso do sistema de saúde

Atualmente com 5.511 mortes por Covid-19 contabilizadas, o Brasil pode dobrar o número de vítimas fatais até o próximo domingo (3), diz estudo do Imperial College de Londres. Segundo a instituição, o Brasil é, entre todos os países do mundo, o de pior situação , com o número de casos "em provável crescimento" e um registro "muito grande" de óbitos.

O levantamento da instituição levou em consideração 48 países, e apontou que o número de vítimas fatais neste período só será "muito alto" (acima de 5 mil) em dois países: Estados Unidos e Brasil.

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O Imperial College também desenhou, como alternativa, um cenário menos pessimista. Neste, os cientistas praviam 5,6 mil óbitos até o fim desta semana no Brasil. No entanto, é pouco provável, já que o Ministério da saúde contabilizava ontem (29) 5.466 mortes pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) no país. Os números previstos para os EUA são maiores: vão de 13 a 15 mil, porém, por lá a epidemia já está se estabilizando.

O Imperial College é uma das mais instituições mais renomadas em modelagem matemática, e vem publicando projeções desde o início da pandemia na Europa. Inclusive, foram os números do Imperial College que fizeram o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson - que chegou a contrair Covid-19 -, se convencer de que o isolamento social era necessário para evitar uma catástrofe.

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O estudo lista ainda os países em que a disseminação do vírus está "provavelmente declinando", como França, Itália e Espanha e outros em que há estabilidade ou crescimento lento, como Alemanha, Reino Unido e os EUA.

A pior projeção é para nove países em que a epidemia ainda se encontram ascendente. Nestes, estão inclusos o  Brasil, Canadá, Índia, México e Rússia. Em número de reprodução de casos o Brasil é lider; cada infectado transmite para aproximadamente três outros, o que indica que a velocidade do crescimento do número de casos é bastante alto.