Estudo da Prevent com cloroquina é suspenso por não ter aval de comitê de ética
Pesquisadores responsáveis foram convocados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para esclarecer possíveis irregularidades
Por iG Último Segundo |
Um estudo da operadora de planos de saúde Prevent Senior para testar a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 foi suspenso nesta segunda-feira (20) pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para esclarecer possíveis irregularidades.
A suspensão foi feita após o órgão descobrir que os testes com pacientes foram iniciados antes de a empresa receber o aval para a realização da pesquisa, o que é proibido pelas normas científicas do Brasil. Os pesquisadores responsáveis pelo estudo foram convocados pelo órgão para uma audiência na tarde desta segunda.
De acordo com o Conep, a pesquisa tinha como objetivo avaliar a eficácia e a segurança da hidroxicloroquina associada ao antibiótico azitromicina para reduzir o número de internações em pacientes com síndrome gripal leve e suspeita de infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
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O uso do medicamento tem sido uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro para combater a Covid-19 junto com o isolamento vertical, que é quando somente os grupos de risco têm que ficar em casa. A defesa de seu uso vai contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde e foi um dos motivos da demissão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Os testes com pacientes ocorreram entre 26 de março e 4 de abril, segundo artigo divulgado pela Prevent Senior na sexta (17). A pesquisa, porém, só foi submetida para apreciação do Conep no dia 6 de abril, recebendo aval para realização do estudo no dia 14 de abril.
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Segundo o jornal O Estado de São Paulo , uma das incongruências foi relacionada ao perfil dos pacientes que fariam parte dos testes. No projeto os pesquisadores disseram que seriam incluídos no ensaio pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19. O artigo, no entanto, diz que os participantes tinham apenas suspeita da doença.
A segunda possível falha está relacionada ao número de participantes do ensaio clínico, que foi feito com 200 pacientes, sendo que o artigo diz que foram 700.