No Brasil, ritmo de mortes por Covid-19 segue trilha dos países mais atingidos
Aceleração do número de casos em poucos dias lembra cenários de Alemanha, Bélgica, Holanda e Irã
Por iG Último Segundo | - com informações da Agência O Globo |
Passado um mês da primeira morte por Covid-19 registrada no Brasil, o país já tem 1.924 óbitos pela doença, segundo o boletim do Ministerio da Saude, divulgado nesta quinta-feira (16). Após escalada rápida nas duas primeiras semanas, o ritmo das mortes dá leve sinal de desaceleração agora, mas segue a mesma trilha de alguns países onde o vírus já matou mais do que na China.
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Bélgica, Alemanha, Holanda e Irã experimentaram um aumento acentuado, por volta de 30% ao dia, nas duas primeiras semanas em que começaram a registrar mortes pela doença, e agora reduziram o ritmo para uma média mais próxima dos 20%, ou abaixo. Todas essas nações já contabilizam mais de 3.300 mortes, nível em que os chineses conseguiram estabilizar sua crise.
O que preocupa a leitura da tendência para o Brasil é que não há ainda testagem de todos os casos suspeitos, o que implica em tamanho subestimado da epidemia. O temor é que o país siga a tendência registrada, por exemplo, no Reino Unido, que tinha números parecidos nas primeiras semanas mas, em pouco tempo, saltou de 2,3 mil mortes para 13,6 mil.
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"É muito provável que a gente vá atingir as 3 mil mortes, porque a epidemia ainda está ascendente. Esses números todos são muito difíceis de interpretar, porque dependem de quantos testes são feitos, dependem do momento em que você está na epidemia", afirma Aluísio Dornellas de Barros, epidemiologista da Universidade Federal de Pelotas, em entrevista ao jornal O Globo.
A subnotificação dos casos confirmados da doença segue sendo um dos principais problemas da avaliação do tamanho da epidemia no Brasil. O número de testes realizados é muito menor do que o registrado na maioria dos países, como Alemanha, EUA, Itália e Espanha, e dá uma falsa impressão de que a doença esteja se estabilizando.
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Um estudo recente apontou que o número de infectados no Brasil pode ser até 15 vezes maior do que o divulgado. Assim, não será surpresa se, em determinado momento, os registros atingirem os valores da China, epicentro do Covid-19 , e colocarem o país entre os mais afetados pela doença no mundo.