Covid-19: Brasil tem taxa de mortalidade maior do que EUA e China

País tem percentual atual de 4,3%; subnotificação e falta de ktis para testes podem explicar dados

Falta de testes pode estar 'encobrindo' dados no país
Foto: Divulgação/Ministério da Saúde
Falta de testes pode estar 'encobrindo' dados no país

Apesar de estar longe de apresentar os dados dos países mais atingidos pela Covid-19, como Itália e Espanha, o Brasil começa a mostrar números preocupantes da doença. Após a última atualização dos dados, feita neste domingo (5), o número de mortes por casos confirmados, a chamada taxa de mortalidade, colocou o país à frente de EUA e China.

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Dados do Covid19stats, que engloba as informações de todos os países sobre o novo coronavírus (Sars-Cov-2), mostram que o Brasil soma 11.130 casos e 489 mortes. Com isso, a taxa de mortalidade é de cerca de 4,3%, maior do que a registrada pelos norte-americanos (2,8%) e os chineses (4,0%).

Entretanto, mesmo com a escalada, o Brasil ainda segue distante de Itália e Espanha , os dois países com a maior taxa: até a manhã desta segunda-feira (6), os valores eram de 12,3% e 9,6%, respectivamente. França (9,7%) e Bélgica (7,8%) também têm números expressivos.

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Faltam testes e sobram omissões

Segundo análises, o Brasil pode estar enfrentando dois problemas principais: a falta de para testes e as subnotificações dos dados da doença. Recentemente, o país comprou novos kits para poder testar uma parcela maior da população, o que poderia aumentar consideravelmente o número de casos confirmados, e identificou omissões em alguns estados nos totais declarados de óbitos.

Em relatório do último dia 3 de abril, por exemplo, pesquisadores da PUC-RJ e da Fiocruz alertaram que a aparente diminuição do ritmo da Covid-19 poderia ser ilusória em razão da subnotificação: "no dia 31 de março, o Brasil apresentou auento de 25% em comparação ao dia anterior, sendo que em São Paulo o aumento foi de 54%".

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Outro exemplo aconteceu com os postos de Saúde em São Paulo. Em orientação enviada no último dia 25 de março para 37 unidades de atendimento na zona sul da cidade, o Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas João Amorim) pedem que  apenas casos de profissionais da saúde com queixa respiratória sejam reportados.