Mourão parafraseia Geisel ao defender isolamento contra Covid-19
Sobre isolamento durante pandemia de Covid-19, Mourão disse que a economia deve ter transição como Geisel afirmara sobre democracia
Por iG Último Segundo | com Agência O Globo |
Ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, que nesta quinta-feira (2) voltou a criticar medidas de isolamento, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta que o Brasil ainda está em uma fase "pré-pico" dos casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e defendeu medidas de isolamento social, usando uma frase do ex-presidente militar Ernesto Geisel.
Em evento do banco BTG, Mourão também disse que a retomada das atividades econômicas deve ser "lenta, gradual e segura". A declaração ocorreu horas após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que o coronavírus "não é tudo isso" .
"Estamos aqui já vivendo a segundo fase, do pré-pico, e é uma análise constante da evolução da doença, das áreas que realmente estão sendo mais impactadas, para pouco a pouco haver uma liberação das atividades não-essenciais", afirmou Mourão.
"Então eu vou usar até uma expressão que era do tempo do presidente (Ernesto) Geisel , quando se referia à abertura política: esse processo terá que ser lento, gradual e seguro , de modo que, pouco a pouco, as atividades vão retornando".
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De acordo com Mourão, o número de casos deverá aumentar até o final de abril, e por isso é preciso preparar o sistema de saúde até lá:
"Nós ainda estamos naquele momento pré-pico. A avaliação é que nós temos que continuar com essa política de isolamento, no sentido de atravessarmos esse mês de abril, onde se espera que o pico da doença comece a ocorrer aí a partir do dia 20, 25 de abril , procurando aquilo que vem sendo chamado do achatamento da curva, de modo que o nosso sistema de saúde, e principalmente a chegada dos insumos que estão sendo comprados permita que a gente supere esse momento."
Ao mesmo tempo, o vice-presidente disse que não há motivo de "histeria total":
"Não é motivo de uma histeria total como nós estamos vendo. Hoje você toma café, almoça, janta e faz a ceia ouvindo coronavírus. Julgo que isso é uma superexploração e que muitas vezes leva a uma imagem distorcida, principalmente por determinados segmentos da população que não conseguem compreender a realidade", afirmou