Presidente do Brasil Jair Bolsonaro
Agência Brasil
Presidente do Brasil Jair Bolsonaro


Um dia após pregar "união" e "cooperação", o presidente Jair Bolsonaro compartilhou nesta quarta-feira (1) um vídeo com com declarações mentirosas sobre suposto desabastecimento no Ceasa de Minas Gerais, em tom de crítica aos governadores. No vídeo, um homem que diz estar na Central de Abastecimento (Ceasa) de Belo Horizonte critica o desabastecimento causado por medidas de contenção ao novo coronavírus , afirma que a culpa é dos governadores e elogia Bolsonaro.

O vídeo, que foi deletado do perfil de Bolsonaro poucas horas depois, teria sido gravado no final da tarde de terça-feira quado a central de abastecimento já se encontrava mais vázia e sem tanta movimentação. Na mahã desta quarta-feira, após o compartilhamento do vídeo pelo presidente, câmeras registraram o movimento normal de caminhões e clientes no local. A assessoria de imprensa do Ceasa informou que não há desabastecimento.

O víde compartilhado pelo presidente apresenta um homem relatando a falta de produtos no Ceasa, como consequência da restrição de locomoção e do impacto de tais medidas na economia : "Para você que falou, depois do discurso do presidente , que economia não tem importância...Pois é, fome também mata. Fome, desespero, caos, também matam. Não esquece disso, não", afirma o homem, que não se identifica.

Ele diz que a culpa é dos governadores, porque Bolsonaro estaria defendendo uma "paralisação responsável".

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"A culpa disso aqui é dos governadores, porque o presidente da República está brigando incessantemente para que haja uma paralisação responsável", disse.

O homem afirma ainda que governadores tentam "ganhar nome e projeção política".

"Isso se chama responsabilidade. Tem que ponderar, administrar a crise. É isso que o presidente tem tentado fazer, (ao contrário) de governadores tentando ganhar nome e projeção política, à custa do sofrimento da população", afirmou.

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Ao publicar o vídeo, Bolsonaro escreveu que não se trata de um"desentendimento entre o Presidente e ALGUNS governadores e ALGUNS prefeitos", mas sim de "fatos e realidades que devem ser mostradas" porque "depois da destruição não interessa mostrar culpados".

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Apesar da publicação, no pronunciamento na noite de terça-feira Bolsonaro não defendeu o fim do isolamento social e a retomada das atividades econômicas, como vinha fazendo nós últimos dias.

Além disso, o presidente também defendeu "um grande pacto" com rodas as autoridades, inclusive governadores:

"Agradeço e reafirmo a importância da colaboração e a necessária união de todos num grande pacto pela preservação da vida e dos empregos: parlamento, judiciário, governadores, prefeitos e sociedade".


Em trecho suprimido pelo presidente, homem aparece chamando governadores de "canalhas"

Bolsonaro compartilhou uma versão editada no vídeo. Na versão original, que circula em redes sociais desde terça-feira, o homem chama os governadores de “canalhas” e “corja”. A versão original foi publicada pelo site “Poder 360”.

"E essa corja de governadores canalhas tão ai, cada um por si, igual a uma manada de burros querendo ganhar nome e projeção política", dizia o homem.

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