Marcelo Crivella vai gravar vídeo para explicar operação no QG da propina
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Marcelo Crivella vai gravar vídeo para explicar operação no QG da propina


O prefeito Marcelo Crivella cancelou a agenda que estava marcada para a manhã desta terça-feira na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, ao lado da sala onde fica a sede da Riotur, alvo de uma operação do Ministério Público Estadual (MP-RJ) e da Polícia Civil. O local é conhecido como o "QG da Propina". Segundo a assessoria de imprensa de Crivella, o prefeito deverá gravar um vídeo nas próximas horas para explicar a operação, que tem mandados de busca e apreensão.

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A agenda desta terça-feira era a posse de 58 novos profissionais da área de saúde que vão atuar na Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio). Apesar do aviso ter sido recebido pela imprensa às 21h36 desta segunda-feira, um assessor da prefeitura alegou que a agenda foi divulgada erroneamente e que não está programada agenda para esta terça-feira. A secretária municipal Ana Beatriz Busch estava na Cidade das Artes e não quis falar com a imprensa.

Equipes do MP e da Polícia Civil cumprem desde o início da manhã mandados de busca e apreensão devido a investigação que apura a criação de um para a liberação de verbas a empresas mediante pagamento de propina. O prefeito Marcelo Crivella é alvo da investigação, razão pela qual as ordens de busca e apreensão foram dadas pela desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio, Rosa Maria Helena Guita. Entre os 17 alvos da operação, estão a sede da Riotur, na Barra da Tijuca, e as residências do presidente da entidade, Marcelo Alves, e de seu irmão, Rafael Alves.

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Às 6h, policiais civis chegaram à Cidade das Artes, onde fica a sede da Riotur. Os agentes tiveram que pular o portão ao se depararem com eles trancados. Apenas 15 minutos depois, em presença dos seguranças, eles pudarem entrar e dar início à operação.

Revelada com exclusividade pelo GLOBO em dezembro, a investigação está baseada na colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso pela operação Câmbio, Desligo no ano passado. Homologada pelo Tribunal de Justiça do Rio, a delação se referiu a um “QG da Propina” operando dentro da Riotur e apontou o empresário Rafael Alves como o operador do suposto esquema no município.

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Para comprovar o seu depoimento, Mizrahy relatou episódios ocorridos nos dias 10 e 11 de maio do ano passado, logo após sua prisão pela operação Lava-Jato. Ele disse que dois funcionários da Riotur, empresa comandada pelo irmão de Rafael, estiveram naqueles dois dias na sua casa para “resgatar” com a sua mulher cheques destinados ao pagamento de propina da Locanty. O doleiro os chama de Johny e Thiago no depoimento. Atualmente, apenas Thiago continua na empresa; Jones desligou-se em julho deste ano.

Segundo reportagem do GLOBO de dezembro, o procedimento estava paralisado desde julho de 2019, quando o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, suspendeu mais de 900 investigações pelo país que utilizaram dados do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), atual Unidade de Inteligência Financeira. Por citar Crivella, o procedimento está a cargo do Gaocrim, que age por delegação do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, para casos com foro especial junto ao TJ.

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