Após ser invadido, site da Polícia Militar do Rio permanece fora do ar

Corporação tirou página do ar após ela ter sido invadida. Grupo responsável pela invasão se identificou como Kill index, composto pelos usuários R3CRUT4 e R4TIN

Foto: Reprodução / Polícia Militar do Rio de Janeiro
Site foi hackeado e até o início da tarde desta segunda-feira (9) não voltou ao ar.

Invadido na tarde deste domingo, o site da Polícia Militar do Rio permanece fora do ar, na manhã desta segunda-feira. Ao acessar o endereço da corporação (https://pmerj.rj.gov.br/) a mensagem que aparece é a de que "é impossível acessar esse site". A corporação informou que tirou a página do ar após ela ser clonada.

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Neste domingo, até por volta das 18h, a página mostrava, a imagem do coronel da reserva e ex-comandante da coporação Ibis Silva Pereira, sob a legenda "Como entrar na favela da maré (sic) sem levar tiro". O grupo responsável pela invasão se identificou como Kill index, composto pelos usuários R3CRUT4 e R4TIN.

Em nota enviada neste domingo, a PM negou o hackeamento da página e alegou que houve uma clonagem . Nesta segunda, a corporação informou que "o site está passando por reparos técnicos e, em breve, voltará a funcionar".

Invasão após polêmica

A invasão do site acontece quatro dias depois de o soldado da PM e youtuber Gabriel Monteiro ter o porte de arma suspenso e ser submetido a um processo administrativo disciplinar que pode culminar em sua expulsão. O soldado é acusado de ter cometido uma "transgressçao disciplinar de natureza grave", de acordo com a Corregedoria da PM, ao tratar Ibis Pereira "de forma desrespeitosa".

Com quatro milhões de seguidores, o soldado foi alvo de uma investigação interna, depois de gravar vídeos com o coronel, sem sua autorização, e postá-los em seu canal. Em um deles, Pinheiro, atualmente lotado como assessor parlamentar do gabinete da deputada Renata Souza (PSOL), é questionado por entrar no Complexo da Maré sem ser alvejado por traficantes:

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"Ninguém entende como o senhor entra no coração do Comando Vermelho e não é morto, sendo policial militar (...) A rua onde o senhor ia é uma boca de fumo, coronel (...) O senhor é do PSOL, não é? (...) Existe alguma ligação entre o PSOL e a criminalidade da Maré?”, diz Monteiro.

Desde a suspensão do soldado, determinada pela sindicância, o policial cedido ao deputado estadual Filippe Poubel (PSL) recebeu o apoio de diversos parlamentares, incluindo Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Em declaração ao EXTRA, Ibis Pereira classificou a atitude do PM como uma transgressão "para fins de projeção pessoal" e o criticou por fazer uma acusação grave sem ter provas.

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"Questões internas das corporações militares não devem ser comentadas publicamente por seus agentes. De qualquer maneira, um policial que acusa o outro sem fundamento e materialidade joga contra a memória e honra da corporação. Trata-se de uma ação leviana, descomprometida com o bem da instituição, em busca de holofotes em um ano eleitoral", afirmou.