Maioria dos paulistanos não participa da política municipal
Segundo o levantamento “Viver em SP”, cerca de seis em cada dez (57%) paulistanos declararam não participar de nenhuma atividade voltada à vida política da cidade.
Apesar de viverem em uma cidade que encabeça grandes manifestações nacionais no campo da política, a maioria dos paulistanos não participa da própria vida política do município. O contraste entre a São Paulo que norteou, por exemplo, as Jornadas de junho de 2013, e a que não se lembra em que vereador votou na última eleição, ficou evidente na pesquisa da Rede Nossa São Paulo, divulgada nesta semana.
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Segundo o levantamento “ Viver em SP ”, aproximadamente seis em cada dez (57%) paulistanos declararam não participar de nenhuma atividade voltada à vida política da cidade. Por outro lado, 5% disseram participar de alguma associação comunitária ou de moradores, sociedade de amigos do bairro ou movimento social. e 4% afirmaram participar de audiências públicas presenciais ou de congressos, palestras ou debates que discutam a cidade.
A maioria absoluta dos paulistanos também não se envolve com ações da Câmara dos Vereadores. Apenas 4% disseram ter participado, nos últimos 12 meses, de alguma atividade da casa legislativa municipal e 63% afirmaram não lembrar em qual vereador votou nas últimas eleições.
“A participação da vida política acaba ficando em segundo plano. Ela é secundária, dado que a gente tem a maioria da população não participando, não se envolvendo em medidas que poderiam contribuir para a qualidade de vida na cidade de São Paulo como, por exemplo, os conselhos participativos, as audiências públicas”, destaca Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência, instituto que realizou a pesquisa.
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Para o coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abraão, a pesquisa mostra que existe falta de espaços para que a sociedade possa, concretamente, participar da vida política do município e os poucos que existem não têm poder decisório.
“Quase que existe um processo de desdém, de esquecimento em relação à política [por parte da população de São Paulo]. E isso é grave. Nós temos que efetivamente criar processos para que a gente não tenha participação somente de quatro em quatro anos. E que tenha uma relação muito mais forte da sociedade que quer participar”, afirma.