Cinco mulheres relataram ter sido vítimas de homofobia no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, no interior de São Paulo, no último domingo (5). A fotógrafa Gabrielle Amato afirmou, por meio das redes sociais, que ela e as amigas foram agredidas com socos, chutes e xingamentos. Duas das vítimas eram namoradas há seis anos. Elas agradeceram o apoio do parque e o suporte oferecido pela empresa de diversão, que nunca tinha registrado nenhum caso parecido.
De acordo com Gabrielle, elas estavam na fila de um dos brinquedos do Hopi Hari e brincavam de "Jokenpo" para ver qual seria a primeira dupla a ir primeiro, quando três homens começaram a insultá-las. Segundo o relato da fotógrafa, um dos suspeitos começou a dizer que também ia brincar e depois aumentou o tom de voz, questionando se elas estavam "de palhaçada".
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Uma das mulheres, Mayara, foi tirar satisfação e levou um soco no rosto. "Ele disse que me agrediu porque eu pareço um homem", afirmou a vítima nos stories do Instagram. Nas redes sociais, Gabrielle publicou fotos do hematoma, relatou que as outras amigas levaram puxões de cabelo, chutes e que os homens as chamaram de "sapatão, vagabunda e vadia".
A jovem afirma ainda que, antes da confusão começar, um dos agressores teria dito que estava levando o presidente Jair Bolsonaro na mala, então "estava protegido". "A gente fingiu que não ouviu e vida que segue, porque estamos acostumadas a escutar esse tipo de comentário sobre esse presidente lixo", afirmou Gabrielle.
As vítimas registraram boletim de ocorrência por lesão corporal, homofobia e também fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), em Osasco (SP). Em um vídeo, Gabrielle afirmou que o parque deu todo o suporte e ficou ao lado delas. A identidade dos agressores não foi divulgada.
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Em nota, o Hopi Hari afirmou que a Polícia Militar está apurando os fatos, lamentou o ocorrido e reiterou que repudia veementemente "todo tipo de agressão, violência e discriminação".
"Nós sofremos um ato de descriminação, de agressão e é muito cansativo. A homofobia existe e ela mata", afirmou Gabrielle.
Leia a nota do parque na íntegra
"Neste domingo (5), o Hopi Hari, parque temático em Vinhedo (SP), tomou conhecimento de uma ocorrência de desentendimento entre visitantes na fila da Montezum (montanha-russa). De imediato, os colaboradores da atração, bem como nossos seguranças intervieram para interromper o episódio e encaminharam todos os envolvidos para o Serviço de Atendimento ao Visitante (SAV) e para a Sala de Segurança do parque.
Cinco mulheres apresentaram hematomas e receberam atendimento imediato no Ambulatório Médico do Hopi Hari. As vítimas alegam que as agressões foram motivadas por homofobia. A Polícia Militar foi acionada e está apurando os fatos. As visitantes foram instruídas a realizar exame de corpo de delito e boletim de ocorrência.
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O Hopi Hari REPUDIA VEEMENTEMENTE todo tipo de agressão, violência e discriminação, lamenta o ocorrido e se coloca à disposição das vítimas para toda assistência que se fizer necessária.
Vale lembrar que, há pouco mais de um mês, foi realizada a quarta edição do Hopi Pride, maior festival LGBTQ+ do Brasil, e, como local que celebra o respeito à diversidade, jamais aceitaremos este tipo de comportamento dentro de nossas fronteiras ou em qualquer outro lugar."