Com nariz de palhaço, servidores do Rio protestam contra atraso de salário
Servidores municipais do Rio de Janeiro se manifestam contra o atraso de repasses para a Saúde e a suspensão do 13º para funcionários da Educação
Por Agência O Globo |
18/12/2019 14:49:25Funcionários de vários setores do município do Rio de Janeiro protestam nesta terça-feira (17) em frente ao prédio da prefeitura, na Cidade Nova. Eles se mobilizam contra a suspensão dos pagamentos da Saúde, cujas organizações sociais (OSs) estavam sem receber repasses desde outubro. Além disso, manifestam-se contra a suspensão do pagamento do 13º salário dos profissionais da Educação.
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Aos gritos de “caloteiro”, os servidores reivindicam os pagamentos dos salários em dia. O enfermeiro Glauber Amancio recebeu os pagamentos de outubro e novembro nesta terça-feira, mas resolveu comparecer ao ato em solidariedade aos colegas de prefeitura.
— Só recebemos esses pagamentos porque lutamos muito. Agora, vemos nossos colegas nessa situação também — afirma.
Ele conta que chegou a ficar com o aluguel de sua casa atrasado e com a geladeira vazia, e que só não chegou a contrair dívidas porque a esposa é servidora do Estado.
— Minha mulher é PM, ela segurou as pontas — disse Glauber, que há oito ano como funcionário de uma OS, afirma que esta é a primeira vez que os salários atrasam.
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Já a professora Conceição Aparecida, de 61 anos, é servidora do município há 30 e afirma que as dúvidas não são só sobre o pagamento do 13º, mas também sobre as férias e pagamentos futuros, como do mês de janeiro.
— São 30 anos recebendo meu salário limpo, nenhum outro governante fez isso — diz ela, indignada.
O sentimento é o mesmo das professoras Cristine Champeval e Edilma Trajano, que compareceram ao ato para reivindicar o 13º da categoria e em solidariedade aos profissionais da Saúde. Para elas, o 13º já tinha destino certo: pagar dívidas e aluguel.
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— É para pagar o aluguel da minha filha que estuda em Foz do Iguaçu — conta Cristine.
Segundo ela, todo ano, neste período ronda a dúvida a respeito do pagamento em dia:
— A gente já trabalha num terror psicológico que eles fazem de “será que vai ter o dinheiro pra pagar?”
O gari Valdemir Olidio é funcionário da Comlurb há 19 anos. A categoria não está com os salários atrasados . Mas ele compareceu ao ato em solidariedade com os demais servidores.
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— Eu me coloquei no lugar dessas pessoas que estão sem receber. Imagina como será o Natal delas — questiona.