Licitação para privatizar quatro presídios de São Paulo é autorizada

Tribunal decidiu pelo aval em contradição ao relatório do Ministério Público que fez recomendações para que certame de alto custo não fosse autorizado

Preço por detendo deve subir após privatização.
Foto: Foto: Hélia Scheppa/SEI/Divulgação
Preço por detendo deve subir após privatização.

A licitação para privatizar os primeiros presídios no estado de São Paulo foi autorizada nesta quarta-feira (11), pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). As unidades serão a Gália 1 e 2, a 401 km da capital paulista, o Registro, que fica a 189 km e a Aguaí, a 200 km.

A execução do contratos será acompanhada trimestralmente para as quatro unidades prisionais do interior paulista que entraram no esquema, segundo a determinação dos conselheiros.

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O Tribunal de contas decidiu em contradição ao relatório do Ministério Público de Contas (MPC), que fez recomendações para que o TCE impedisse o certame. A alegação contra a parceria com a iniciativa privada tomou como ponto de partida o aumento em 58% no valor dos gastos por cada preso, o que vai gerar um prejuízo de aproximadamente R$ 75 milhões em 15 meses.

O conselheiro Sidney Estanislau Beraldo votou a favor da privatização. O argumento usado por ele é que no momento, é impossível saber como ficam as vantagens de um novo modelo de serviço sem que ele esteja implementado.

"Assumindo o ajuste como experimental, que seja efetivamente constatadas as mudanças positivas prometidas com a implantação da gestão compartilhada dos presídios ", disse ao Uol.

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A aprovação foi feita com o pedido de que parâmetros mensuráveis de aferição de eficiência e qualidade de serviços, estabelecendo indicadores adequados fosse inseridos no edital. O voto foi lido e aceito por outros sete membros. 

A Procuradoria de Contas afirma que o preço mensal de cada detento nas unidades é de R$ 2.428,57. A gestão partilhada fará com que o gasto em Gália 1 e 2 suba em R$ 1.332,28, com o valor total de R$ 3.760,85. 

Já em Aguaí , o valor de cada detento seria elevado ao custo de R$ 1.328,92, com o valor total passando para R$3.357,49. O presídio de Registro é onde os detentos irão sair mais caro das quatro unidades: cada indivíduo sairia a R$ 1.580,36 a mais, com o total de R$ 4.008,93. "Tal aumento resultará, ao final dos 15 meses de contratação, em um acréscimo de aproximadamente R$ 75 milhões às contas públicas", diz o relatório.