O falso padre Luiz França de Lima, de 25 anos, além de ter conseguido dinheiro de uma família de Seropédica, na Baixada, prometendo a anulação de um casamento, também solicitou uma quantia para conseguir a cura de uma das vítimas. Luiz inventou que a jovem estava com leucemia e afirmou que precisava ir a um médico espiritual no Rio Grande do Sul. Ele chegou a fazer a viagem e trouxe um líquido para a vítima beber. Ela, no entanto, nunca teve a doença.
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A informação foi dada à polícia informalmente por uma das testemunhas do caso. A jovem vítima é a mesma cujo casamento seria invalidado. Luiz afirmou à Polícia Civil, na terça-feira, que sempre teve o sonho de ser sacerdote. Ele também alegou ter distúrbios mentais e traumas de infância, como a morte violenta do pai. O falso padre é acusado pelas vítimas de aplicar um golpe de mais de R$ 100 mil.
Muito religiosos, pai, mãe e filha queriam anular o matrimônio da jovem porque ela descobriu que o marido é homossexual. Para custear as despesas que Luiz alegou ter com o processo de anulação, a família fez empréstimos de mais de R$ 100 mil. O falso padre solicitou dinheiro para tradução, advogados, hospedagens e passagens aéreas.
Em depoimento , a jovem relatou ter cedido um quarto de sua residência porque Luiz contou haver passado num concurso para dar aulas na Universidade Rural do Rio, em Seropédica, e no período de um ano e meio conseguiria uma residência funcional para morar.
Em seu depoimento à polícia , Luiz admitiu ter cursado apenas até a 5ª série do ensino fundamental e afirma que recebeu R$ 50 mil para anular o casamento, mas “não fez nada”. Ele afirmou que gastou o dinheiro com as viagens que fez e na compra de terrenos na cidade de Santa Cruz, Pernambuco.
Um sacerdote que ‘deixava a desejar’ nos ritos
No período em que Lima morou na casa da família, a jovem relatou que, por ser muito católica, em alguns momentos percebeu que o rapaz “deixava a desejar” em vários ritos religiosos e cometia “diversos equívocos inaceitáveis para alguém com bastante experiência”. Para manter a farsa, o falso padre celebrava missas diariamente na casa da família.
Por causa do tempo que demorou o processo de anulação do casamento, a família passou a desconfiar de Lima. A jovem resolveu fazer contato com a Universidade Rural e descobriu que Lima não era professor da instituição. Além disso, teve informação de que ele não havia feito Doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Rio, como havia alegado.
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As vítimas acusam Luiz de ter furtado ainda um celular na casa e acreditam que ele tenha instalado câmeras na residência. O rapaz, apesar de se apresentar como padre, admitiu à polícia que tem um relacionamento homossexual.
Após prestar depoimento nesta terça-feira (3), Luiz França de Lima foi liberado. Ele será indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de estelionato, furto qualificado e falsidade ideológica.