Policiais civis do Pará detiveram nesta terça-feira (26), em caráter preventivo, quatro pessoas suspeitas de atear fogo em parte da vegetação da Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão , em setembro deste ano. Com cerca de 16.180 hectares (um hectare corresponde às medidas, aproximadamente, de um campo de futebol oficial), a unidade de conservação de uso sustentável fica em Santarém (PA), em uma região de forte apelo turístico devido às belezas naturais.
Leia também: Óleo que chegou ao Rio de Janeiro é igual ao que atingiu o Nordeste
Os quatro suspeitos detidos integram a Brigada de Incêndio de Alter do Chão, organização não governamental (ONG) que atua no combate a queimadas na APA. Uma das hipóteses sob investigação é que os suspeitos causavam os incêndios para, depois, serem convocados para apagar as chamas e receber algo em troca.
A reportagem ligou para os telefones indicados no site do grupo, mas não foi atendida. Em uma página nas redes sociais, a ONG afirma que trabalha voluntariamente para proteger a floresta e os moradores de Alter do Chão e região, atuando de forma independente.
Além dos quatro mandados judiciais de prisão preventiva, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados.
Na manhã desta quarta-feira (27), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, compartilhou um vídeo com a notícia nas redes sociais, além de um tweet do jornalista Cláudio Humberto, que afirmou que o presidente Jair Bolsonaro "estava certo" ao culpar ONGs pelos incêndios na floresta. "Realmente, lamentável", escreveu Salles.
Realmente, lamentável. https://t.co/j12VJC5egg
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) November 27, 2019