Brigadistas ligados a ONG são presos suspeitos de incêndios em Alter do Chão

Polícia prendeu, em caráter preventivo, quatro pessoas suspeitas. Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, classificou o caso como "lamentável"

Incêndio em Alter do Chão
Foto: Corpo de Bombeiros Militar do Pará
Incêndio em Alter do Chão

Policiais civis do Pará detiveram nesta terça-feira (26), em caráter preventivo, quatro pessoas suspeitas de atear fogo em parte da vegetação da Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão , em setembro deste ano. Com cerca de 16.180 hectares (um hectare corresponde às medidas, aproximadamente, de um campo de futebol oficial), a unidade de conservação de uso sustentável fica em Santarém (PA), em uma região de forte apelo turístico devido às belezas naturais.

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Os quatro suspeitos detidos integram a Brigada de Incêndio de Alter do Chão, organização não governamental (ONG) que atua no combate a queimadas na APA. Uma das hipóteses sob investigação é que os suspeitos causavam os incêndios para, depois, serem convocados para apagar as chamas e receber algo em troca.

A reportagem ligou para os telefones indicados no site do grupo, mas não foi atendida. Em uma página nas redes sociais, a ONG afirma que trabalha voluntariamente para proteger a floresta e os moradores de Alter do Chão e região, atuando de forma independente.

Além dos quatro mandados judiciais de prisão preventiva, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados. 

Na manhã desta quarta-feira (27), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, compartilhou um vídeo com a notícia nas redes sociais, além de um tweet do jornalista Cláudio Humberto, que afirmou que o presidente Jair Bolsonaro "estava certo" ao culpar ONGs pelos incêndios na floresta. "Realmente, lamentável", escreveu Salles.