A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público contra os seguranças Valdir Bispo dos Santos e Davi de Oliveira Fernandes, filmados torturando um adolescente de 17 anos acusado de furtar um chocolate de do supermercado Ricoy, na Vila Joaniza, na Zona Sul de São Paulo. Eles vão responder por tortura, cárcere privado e divulgação de imagem de adolescente.
O jovem foi despido, amordaçado e filmado pelos próprios seguranças . Para a polícia, David agrediu o jovem enquanto Valdir realizava a gravação.
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No dia 4 de setembro, o delegado Pedro Luis de Souza, titular do 80º Distrito Policial de São Paulo, pediu a prisão temporária, por pelo menos 30 dias, dos dois seguranças. No mesmo dia, a juíza Tatiana Saes Valverde Ormeleze, do Departamento de Inquéritos Policiais do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), aceitou o pedido e decretou o recolhimento dos envolvidos.
Na última segunda-feira (16), a Justiça converteu a prisão temporária dos acusados em prisão preventiva.
De acordo com o advogado de Valdir, Fermison Guzman, seu cliente está preso desde o dia 7 de setembro, quando se apresentou na delegacia. O advogado disse que Valdir "vai esclarecer tudo para o juiz". Davi de Oliveira Fernandes foi preso no dia 6 de setembro pela polícia de São Paulo em uma operação de busca e apreensão. O caso está sob segredo de justiça.
Entenda o caso
Em entrevista à TV Globo no início do mês, depois da repercussão do vídeo, o jovem disse que foi torturado por cerca de 40 minutos e que sofreu ameaças de morte. Segundo ele, a agressão aconteceu em agosto na filial da rede de supermercado Ricoy, localizada na Vila Joaniza, zona sul da capital paulista.
Segundo o jovem, essa foi a terceira vez que ele foi agredido por esses mesmos seguranças por furtar chocolate do mercado.
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"Fui pegar o chocolate, aí ele me pegou, me levou no quartinho, me deu uma chicotada e me ameaçou de morte", disse o adolescente à Globo.
Segundo o boletim de ocorrência, após ser levada para o quartinho, "a vítima foi despida, amordaçada, amarrada e passou a ser torturada com um chicote de fios elétricos trançados. Ali, permaneceu por cerca de quarenta minutos, sendo agredido o tempo todo”.