O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do DF, manteve a prisão preventiva do hacker Walter Delgatti Neto, acusado de invadir o Telegram de autoridades públicas, e dos seus três amigos, detidos na Operação Spoofing sob suspeita de atuarem em crimes junto com Delgatti. A decisão foi proferida por Ricardo nesta quinta-feira (5).
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O juiz contrariou a manifestação da Polícia Federal , que havia entendido que dois dos quatro presos não ofereciam mais riscos à investigação. A PF afirmou à Justiça que a prisão preventiva de Delgatti e de Gustavo Henrique Elias Santos era necessária, mas que não havia mais necessidade de manter presos Suelen Oliveira e Danilo Marques, porque seus aparelhos eletrônicos já tinham sido apreendidos e eles não tinham ligação direta com a invasão do Telegram de autoridades.
O procurador Wellington Divino Marques de Oliveira, que atua no caso, divergiu da PF e afirmou que havia risco de colocar Danilo e Suelen em liberdade porque eles poderiam cometer novos crimes. O juiz Ricardo Leite seguiu esse entendimento e, com isso, manteve a prisão dos quatro alvos da Spoofing.
A PF ainda está periciando os aparelhos celulares dos alvos e não descartou a suspeita de que Delgatti teria sido pago para invadir o Telegram de autoridades como o ministro da Justiça Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. O jornal O Globo informou que a PF aponta que já há elementos para caracterizar "lavagem de dinheiro" por parte de Delgatti , porque ele teria dissimulado o recebimento de pagamentos por crimes como estelionato e fraudes bancárias.