Champinha liderou rebelião e fez funcionários reféns na Unidade Experimental de Saúde (UES), em São Paulo
Fernando Donasci / Agência O Globo
Champinha liderou rebelião e fez funcionários reféns na Unidade Experimental de Saúde (UES), em São Paulo

Um princípio de rebelião ocorreu na Unidade Experimental de Saúde (UES) da Vila Maria, na Zona Norte de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (4). Liderados por Roberto Aparecido Alves Cardoso, conhecido como Champinha, os internos fizeram funcionários de reféns. Ninguém ficou ferido.

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O caso ocorreu por volta das 2h. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de SP, "o tumulto foi controlado em menos de 30 minutos". A PM foi acionada e, segundo a corporação, a equipe do 7º Baep (Centro) negociou com os internos e conseguiu a liberação das vítimas.

No Twitter, o governador João Doria (PSDB) parabenizou os policiais e defendeu o fim da maioridade penal para crimes hediondos. Em 2003, aos 16 anos, Champinha sequestrou, estuprou e matou a facadas a adolescente Liana Friedenbach, também de 16 anos.

Liana era de classe média alta e acampava com o namorado Felipe Caffé, de 19 anos, em Embu-Guaçu, na região metropolitana de São Paulo. Inicialmente, a ideia do bando liderado por Champinha era roubar o casal, mas, como não encontraram muito dinheiro, resolveram sequestrá-los. Felipe foi torturado e morto com um tiro na nuca. Outros quatro homens maiores de idade também foram condenados pelos crimes.

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À época, Champinha foi condenado ao prazo máximo de internação na Fundação Casa, de três anos, concluído em novembro de 2006. Um laudo psiquiátrico do IML o diagnosticou com transtorno de personalidade antissocial (sociopatia) e leve retardo mental. Com base nisso, o Ministério Público Estadual recorreu à Lei 10.216/01, que protege portadores de transtorno mental, para decretar sua interdição civil, alegando que sua doença coloca outras pessoas em risco. A Justiça acatou o pedido e, em 2007, ele foi levado para a UES.

Em relação à rebelião desta quarta na unidade, a Secretaria de Saúde acrescentou que os atendimentos realizados pela equipe multidisciplinar — composta por médicos clínicos e psiquiátricos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais — não foram afetados e continuam ocorrendo normalmente.

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"A pasta esclarece, ainda, que não pode passar qualquer detalhe sobre os internos lá atendidos por questões de segurança e porque as informações são mantidas sob sigilo de Justiça. A implantação da Unidade Experimental de Saúde ocorreu por determinação do Poder Judiciário, e não do Executivo", conclui a nota.

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